Certo dia, enquanto passeávamos pelas margens do rio Tamagawa, Meishu-Sama confidenciou-me: “Em breve, construirei um museu de arte. Espere e verá!”
Esta afirmação permanece viva na minha memória. Sabia que nenhuma coleção individual seria suficiente para constituir o acervo de um museu. Mas concordei: “Isso é ótimo!” Contudo, eu realmente não acreditava que isso pudesse tornar-se realidade. Naquele tempo, um plano tão visionário parecia-me pouco mais do que um disparate. Imaginem a minha surpresa: em menos de dez anos, o sonho tornou-se realidade!
Com a derrota na Segunda Guerra Mundial, a situação do Japão alterou-se completamente. Com a reconstrução comandada pelo general americano Douglas MacArthur, iniciaram-se a cobrança dos impostos sobre os bens, o novo sistema monetário e outras medidas que deixaram a população desnorteada. Isto obrigou as classes nobres e ricas a colocarem à venda as suas imensas e valiosas coleções de arte. Objetos que tinham recolhido com carinho nos seus lares foram vendidos para pagar os impostos sobre imóveis ou para se restabelecerem nos seus negócios. Isto ofereceu a Meishu-Sama a oportunidade ideal para concretizar o Seu sonho de tornar estes objetos acessíveis ao público.
Desta forma, Ele começou a sua coleção; cinco anos mais tarde, a construção do Museu de Arte nas terras do Solo Sagrado de Hakone e, um ano e sete meses depois, o Museu foi aberto ao público.
Meishu-Sama ficou extremamente feliz com a admiração da sociedade e com a extraordinária velocidade com que o museu foi construído. Essa felicidade estava nitidamente estampada no Seu rosto no dia da inauguração do museu.
Nidai Sama
Reminiscências Sobre Meishu-Sama vol. 1