A Verdadeira Pessoa Forte

Actualmente, ouve-se com frequência sobre os males sociais, e sua existência se deve ao excessivo número de pessoas más em todos os lugares. Em uma rápida retrospectiva, podemos dizer que nossa trajectória se resume a uma história de batalhas contra os maus.

Ao examinarmos a mente do indivíduo mau, veremos que ele age não de forma aleatória, mas conscientemente. Com exceção daqueles que cometem crimes hediondos, a maioria dos criminosos percorre o caminho do mal por desejar, além de outras coisas, dinheiro, bebida, sexo, embora saibam que isso é condenável. A afirmação de que a regeneração é difícil para os que seguem esse caminho é o pensamento comum aos malfeitores.

Uma vez que é complicado concretizar suas ambições por meios honestos, embora temam a lei, empenham-se com o máximo cuidado para fugir à punição e aos olhos alheios. Evidentemente, procuram mentir da forma mais engenhosa possível. Dessa maneira, com o passar do tempo, sua habilidade se aprimora e, assim, enganar os outros torna-se extremamente fácil. No entanto, os ludibriados, em sua maioria, por serem pessoas de bem, acabam se resignando.

Aproveitando-se dessa situação, os maus intensificam suas práticas. Chegando a esse ponto, os resultados obtidos por procedimentos ilícitos ocorrerão muito mais rapidamente do que por meios corretos. Nessas condições, sua regeneração será muito difícil e, inevitável e gradativamente, eles acabam se atolando em um lamaçal. Esse tipo de malfeitor,-  evidentemente, é intelectual, e a realidade é que a maioria geralmente pertence à classe social acima da média.

Via de regra, todas as pessoas possuem algum tipo de mania. Dizem os antigos que “manias, todos têm, ainda que não tenham consciência disso”. Creio que até o indivíduo mau sente certo peso na consciência porque sabe que a prática de más ações, que causa sofrimento e infelicidade às pessoas, gera pecado. O hábito de beber, além de causar desperdício de dinheiro, também traz sofrimento e causa aflição à esposa e aos lhos a ponto de sentirmos pena deles. O homem mau sabe também que divertir-se com mulheres custa dinheiro, aumenta o risco de contrair doenças venéreas e dá preocupação aos pais e à esposa. De modo idêntico, mesmo ciente de que a prática de apostas e jogos de azar acarreta sempre prejuízos e que tudo isso é ruim, não consegue se livrar. Creio que quase não haja quem não tenha experimentado situação semelhante. Este é o ponto que desejo expor.

Quem não consegue controlar-se, apesar de saber que as práticas nocivas não são boas, é um ser destituído de força, isto é, de verdadeira coragem, que é a mais nobre das virtudes. Costumo dizer: “Quando o ser humano se eleva, torna-se divino.” Assim, quem consegue dominar tais práticas completamente tão logo consiga identificá-las e refreá-las com o firme pensamento de que jamais será vencido pelo mal, significa que se tornou um admirável ser divino. Esta é realmente uma força autêntica, que é o verdadeiro Poder.

Nesse sentido, afirmo: “Pessoa má, teu nome é tolice.” Creio que, pelo que foi mostrado, podem concordar comigo.

Jornal Hikari nº 33, 29 de Outubro de 1949
Alicerce do Paraíso vol. 5

() Título anterior: “O verdadeiro homem forte”.

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