Alexandre Samuel Nhantumbo

IMG_0427Chamo-me Alexandre Samuel Nhantumbo, tenho 25 anos de idade, sou membro da igreja e dedico no Johrei Center da Machava Bunhiça como encarregado do Johrei Center.
Conheci a Igreja Messiânica Mundial de Moçambique em 2008, por intermédio da minha amiga Carmen Braimo Omar, membro da Igreja.
Os motivos que me levaram a conhecer a igreja, foram conflitos familiares, que há bastante tempo se vivia em minha casa, que com o cumprimento das orientações vivenciei mudanças em minha casa.
A experiência de fé que passo a relatar está relacionada com a horta caseira da Agricultura Natural.
Há seis anos, após tornar-me membro da igreja, fui orientado para a prática de agricultura natural, mas não conseguia fazer uma horta que pudesse mostrar as outras pessoas, como a que seguia o modelo da igreja. Enfrentei várias dificuldades, como a falta de espaço, pois, no espaço ideal para a horta meu pai tinha guardado blocos e noutro espaço ficavam patos e galinhas, que comiam tudo que estivesse plantado na horta, como alface e folhas de abóbora.
Falei com o meu pai para pedir-lhe o espaço, onde ele tinha blocos, mas ele recusou. Aborrecido por ver que em minha casa ninguém dava interesse a horta da agricultura natural acabei desistindo. Mas sentia-me incomodado, todas as vezes que participava dos cultos e ouvia os ministros e responsáveis a falarem sobre a horta caseira  e sua importância. Face a essa situação, resolvi falar com o responsável sobre as dificuldades que enfrentava. O responsável orientou-me a dedicar na Sede Central, onde poderia ver e aprender, sobre diferentes modelos de horta, para poder escolher e fazer em casa, disse que podia fazer horta em sacos, uma vez que não tinha espaço.
No dia seguinte, fui a Sede Central estudar acerca da horta, no regresso preparei o material necessário para fazer a horta. Quando fui me deitar sonhei pedindo ao meu pai um lugar no quintal, onde ele tinha arrumado blocos e ele aceitou. Sonhei ainda com o meu pai a ajudar-me a remover os blocos do espaço que pedi, e a fazer a oração Amatsu-Norito junto com os fieis da igreja.
No dia seguinte ao acordar, dirigi-me ao meu pai e pedi o espaço para fazer a horta caseira, expliquei como iria fazer e meu pai aceitou, embora não me tenha ajudado a remover os blocos conforme sonhei.
Comecei a fazer a horta em sacos. Enquanto enchia o saco para a horta, misturando composto natural e areia, a minha mãe e minha irmã, que assistiam chamavam-me de maluco e disseram: “Onde já se viu plantar em sacos”. Eu plantei uma muda de morango. Quando chegou o período de reprodução, a muda se multiplicou e deu cinquenta mudas de morango.
Nesse período de reprodução, meus familiares ainda não entendiam de que planta se tratava, expliquei que era morangueiro e ficavam curiosos em querer ver como são os frutos, porque nunca tinham visto.
Quando chegou a época dos frutos, estes despertaram a curiosidade dos meus familiares, que ficaram satisfeitos e começaram a perceber onde eu queria chegar, com o processo de encher os sacos. A partir desse momento o meu pai vedou o espaço para as galinhas e patos ficarem isolados e não estragarem a horta e passou a dedicar na horta, de modo que quando me esquecia de regar, ele regava. Ele pediu para ser a pessoa a comer o primeiro morango, que ao provar disse ser muito bom e doce. Os meus familiares começaram a dar importância à horta caseira da agricultura natural, porque todos se alimentavam dela. Eu também plantei folha de abóbora, que meu pai preferia comer ao invés de frango e peixe.
A horta nos sacos passou a chamar a atenção de todas as pessoas, que entravam em nossa casa; uma das pessoas que ficou muito interessada, foi um vizinho que antes, ao me ver a preparar os sacos também me chamou de doido. Depois pessoalmente disse: “Agora eu percebo, onde querias chegar com a horta que fizeste nos sacos”. Este mesmo vizinho pediu para fazer a horta de morangueiros em sua casa ao que aceitei. Os vizinhos, colegas do serviço do meu pai e familiares passaram a pedir para eu fazer a horta nas suas casas e ensinar como cuidar dos morangueiros.
A partir desse momento, comecei a ter mais facilidade de fazer horta na casa dos frequentadores, membros e de pessoas que não são fieis da igreja. Comecei pela casa das pessoas que tinham pedido, por terem gostado da minha horta. Fiz onze hortas, em casa de tios, irmão, vizinhos, membros e frequentadores e nessa marcha da horta consegui distribuir mais de 50 flores.
Uma das hortas que mais se desenvolveu foi de uma frequentadora, que encaminhei e cuido. Eu antes lhe dava explicação, como preparação para fazer exame escolar anual. Quando o resultado saiu, viu que reprovou na primeira época a 5 cadeiras. Eu disse que iria ministrar Johrei nela e preparei-a novamente. Na segunda época passou a todas as cadeiras. A partir dessa altura começou a frequentar a igreja, falei da horta e levei-a para ver a minha horta. Ofereci uma muda, por sinal era a menor e última de todas que tinha. Ela chegou a pensar que não iria se desenvolver bem, mas se desenvolveu e reproduziu até ao ponto de ter quase 100 mudas. Ela iniciou o seu donativo de outorga e deste modo tornou-se candidata a membro. Ampliamos a horta dela, plantámos também flores que nesse ano tornou-se numa das maiores fornecedoras de flores para a distribuição da unidade. Numa colheita na sua horta, colhemos mais de 200 flores e plantou também alface e cebola na sua horta. O irmão nesse ano começou também a cuidar da horta. Algumas pessoas por verem a sua horta, pediram que fôssemos plantar flores em suas casas ao que aceitámos e plantámos flores em 9 casas.
A mudança em minha casa é visível, meu irmão também já dedica na horta caseira. Um ano depois de ter feito a horta de morangueiros em sacos, consegui ter duzentas e cinquenta mudas.
Meu pai disse que após a conclusão da obra da casa, vai ceder mais espaço, para melhorar o jardim e ampliar a horta.
Com esta experiência, aprendi a importância da prática da agricultura natural. O que mais me marcou é que após conseguir fazer a horta caseira, todas as pessoas que orientava para fazer a horta, faziam sem dificuldades, algo que antes de ter horta não acontecia. Aprendi também que o obstáculo para o cumprimento de certas orientações começa de quem orienta, ao transmitir o que não pratica, ou seja, eu dizia façam a horta, mas eu não fazia.
Fiz o meu donativo especial de gratidão, por todas as graças recebidas e assumi meu compromisso de expandir esta coluna de salvação.
Já me cadastrei, encaminhei mais de 100 pessoas e tenho a horta caseira feita.
Aos ministros, professores, missionários, membros e frequentadores o meu muito obrigado.

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