Benedita Polonga – JC Graça/Benguela – Angola

Chamo-me Benedita Polonga, sou membro. Conheci a Igreja Messiânica em 2012, por intermédio de uma missionária.

O motivo que esteve na base do meu encaminhamento, foi o conflito com meu esposo.

No passado eu recebia muito dinheiro como gerente da praça da Caponte, das contribuições diárias dos vendedores, mas nem sempre agi de forma correcta! Com os trocos que retirava diariamente das contribuições, consegui construir uma casa sem o conhecimento do marido até o falecimento deste em 2013. Mas, ele nunca soube da construção desta casa.

O meu marido é que garantia o meu emprego. Após o seu falecimento, perdi o emprego como gestora da praça. Comecei a sentir medo de permanecer em casa e a passar por muitas dificuldades financeiras. Sem outra alternativa, passei a fazer trabalhos domésticos. Sempre que conseguia um novo emprego, assim que me pagavam o primeiro salário materializava meu donativo especial. Porém, no mês seguinte era despedida.

Nas três casas onde trabalhei fui despedida, em todas com a mesma sequência. Isso acontecia depois de materializar meu donativo especial. Isto deixava-me intrigada, pois não compreendia o porquê de atrair tais situações. Entreguei-me nas dedicações da Igreja, mas, para meu espanto quanto mais dedicava mais atraía sofrimentos! Frequentemente surgiam rumores de fiéis que achavam que eu era bruxa. Estas acusações me criavam muitos sofrimentos.

Na minha família haviam muitas mortes constantes quando chegava o mês de Abril. Isto gerava medo, pois sempre que chegávamos neste mês, todos pensavam quem seria desta vez. Essa história começou em 2004 quando uns dos meus tios estava a ser acusado de feitiçaria pela família. Os meus familiares se organizaram e encarregaram 3 dos meus tios para levá-lo ao curandeiro. Quando estes chegaram, foram orientados a tomar um chá para descobrirem quem era o feiticeiro da família. Assim, os acompanhantes também tiveram que beber. De regresso à casa, pelo caminho, os quatro começaram a passar mal e durante a viagem começaram a falecer incluindo o tio que era acusado de ser feiticeiro. Sobrou apenas um, que testemunhou o ocorrido. Anos depois, esse tio também acabou por falecer. O mês de Abril ficou marcado como a época das mortes de maior número de pessoas na família!

A minha situação financeira tornou-se tão precária que passei a não ter o que comer e em 2017, fui-me refugiar em casa de minha mãe. Apesar da idade dela, hoje com 78 anos, é ela que cuida de mim. Ela trabalha nas fazendas do vale do Cavaco e ganha cerca de 1000 a 2000Kwanzas por dia, na lavoura.

A experiência de fé que tenho a partilhar está relacionada com o período de quarentena.

No princípio da quarentena, recebemos a orientação do superior de nos empenharmos na implementação de novas hortas caseiras durante este período. Junto com minha equipe, fizemos 36 hortas em casas de familiares e vizinhos e ganhei a permissão de cuidar da horta do hospital da Graça. Com o empenho diário neste local, os médicos pediram-me para fazer a horta no quintal da residência deles. Nesse local, coloquei basicamente flores. Os médicos, por gratidão, passaram a me oferecer um salário. Uma médica, entusiasmada com a beleza da residência dos médicos, falou-me que construiu uma casa, mas, não conseguia se mudar. Fui conhecer a sua casa e montei a horta. Dias depois, ela mudou-se para sua casa.

Ganhei a permissão de cuidar de duas casas onde faço a manutenção do quintal limpando o capim, onde cada uma delas me paga uma manutenção.

Este foi o primeiro ano, desde 2004, que não tivemos casos de mortalidade no seio da família! Há anos que não comprava comida com o dinheiro que ganho. Mas, hoje consigo comprar comida e roupa de cama. Antes, os panos que eu andava durante o dia é que eu me cobria à noite!

Não tenho palavras para agradecer as transformações que ocorreram neste período de confinamento.

Agradeço a Deus e ao Messias Meishu-Sama a permissão de servir neste caminho!

Aprendi que o nosso sofrimento um dia termina, basta apenas sermos resilientes e servir a Deus e ao Messias Meishu-Sama, sem condicionalismo!

A minha profunda gratidão!

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