Bondade e Cortesia

Ao observar as pessoas da actualidade, acredito que a bondade e a cortesia são as qualidades que mais faltam a elas. Vou tecer comentários sobre o assunto, tomando a nossa Igreja como base. Existe um critério que permite avaliar a evolução da fé e o polimento da alma. Essa avaliação não é tão complicada quanto parece. Antes de mais nada, a pessoa passa a abominar o conflito, depois torna-se bondosa e cortês. Possui alma polida, aquela que demonstra esse tipo de sentimento e postura, pois este ponto é o que mais evidencia o valor da fé. Uma pessoa assim será estimada e respeitada por todos, e suas atitudes se tornarão uma silenciosa divulgação de fé. Ao observar o mundo contemporâneo, notamos a demasiada escassez de bondade e cortesia.

Por toda parte, existem pessoas que estão sempre à procura dos defeitos alheios, odiando e repreendendo o próximo. Infelizmente, presenciamos fatos realmente repugnantes. Podemos dizer que, sobretudo, a cortesia é realmente escassa nas pessoas da actualidade. Por serem egoístas, exibicionistas e argumentadoras, não se importam muito em serem malquistas pelos outros. Por conseguinte, não há outra forma de interpretar, senão que o liberalismo excessivo as tornou adeptas do egocentrismo. O mais vergonhoso é revelar os segredos das pessoas e defender ideias de exclusão, demonstrando uma grande falta de empatia. Com o aumento de pessoas dessa natureza, a sociedade torna-se sombria e fria, crescendo cada vez mais o número de pessimistas com relação à vida.

Ultimamente, a quantidade de suicidas é grande, mas será que a causa não estará neste ponto? Assim sendo, a verdadeira civilização resultará do crescente número de pessoas que agem conforme o cavalheirismo inglês ou a filantropia americana. Dessa maneira, a ética social permitirá a formação de uma sociedade agradável e boa de se viver. Se considerarmos tal sociedade um paraíso neste mundo, poderemos afirmar que este se encontra, de facto, ao nosso alcance. Observando por outro ângulo, actualmente o turismo no Japão é defendido como assunto de suma importância, em termos de estratégia de política nacional. De facto, as instalações materiais são fundamentais. No entanto, creio que o mais importante é causar uma boa impressão aos visitantes estrangeiros. Assim sendo, no contacto com estes, é preciso que as três condições como a bondade, a cortesia e a higiene estejam presentes, pois, além de não custarem dinheiro, são elementos essenciais para atrair os turistas estrangeiros. A condição fundamental para a formação de pessoas com essas características é, sem dúvida, a fé. É com base nessa directriz que nossa Igreja vem-se empenhando cada vez mais.

Jornal Eiko nº 75, 25 de outubro de 1950

Alicerce do Paraíso vol. 4

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