Criação da Cultura

O nome de nossa religião é Igreja Messiânica. Naturalmente, tendo ela surgido para promover a derradeira salvação do mundo, não há disparidade entre seu nome e sua missão. Contudo, poderíamos igualmente chamá-la de Religião Criadora. Explicarei por quê. Durante muitos séculos, a humanidade veio empregando todas as suas forças em prol do progresso e do desenvolvimento da cultura e, conforme podemos constatar, atingimos uma cultura notável, que nos deixa maravilhados. Não haveria palavras suficientes para enaltecer esse mérito. Nem é necessário dizer que tudo isso vem sendo feito, tendo como ideal a felicidade da humanidade. Entretanto, a descoberta da desintegração nuclear é uma realidade que contraria demasiadamente essa expectativa. Pavoroso seria um adjectivo ainda insuficiente para qualificar tal descoberta capaz de ceifar milhares de vidas em um instante.

Talvez o sonho de felicidade fora traído mais do que se possa imaginar. Quem poderia prever o surgimento de tão grande desgraça? Terá existido maior discrepância que essa em toda a História? A humanidade – ou pelo menos as pessoas cultas –, precisa descobrir a verdadeira causa disso, pois, enquanto ela não for conhecida e solucionada, o progresso da cultura que será obtido de agora em diante, não terá nenhum sentido. No entanto, a própria bomba atómica, por ser utilizada como arma de guerra, torna-se demoníaca; se não o for, logicamente transforma-se em um maravilhoso anjo da paz. Nesse sentido, não há motivo para fazermos alarde contra a bomba atómica, pois o problema é a guerra em si. Consequentemente, não existe uma questão mais importante que extinguir a guerra. Há milhares de anos, a humanidade vem empregando todos os seus esforços para fugir da ameaça da guerra; é um facto que todos conhecem muito bem.

Entretanto, ao invés de a ameaça diminuir, a realidade mostra o seu aumento sempre que uma guerra é travada. É claro que isso também é motivado pelo crescimento demográfico, mas o aperfeiçoamento das armas torna essa ameaça ainda maior, o que culminou com a invenção da bomba atómica. O que mais poderia estar indicando esse acontecimento senão a aproximação da hora de colocar-se um ponto final na guerra? Acredito que este é o “Fim dos Tempos” profetizado por Jesus Cristo.

Pensando dessa forma, pode-se até dizer que a cultura actual teve sucesso, mas não podemos deixar de admitir o grande fracasso que chega a anular esse êxito. Analisando desse ângulo, o certo seria despertar das falhas da cultura, as quais descrevi acima, e partir para a criação de uma nova e revolucionária cultura. Em outras palavras, seria como se ela estivesse dando uma nova partida. Então, o que vem a ser a criação da nova cultura? Esta é, actualmente, a grande tarefa da humanidade.

Acredito que nossa religião surgiu para cumprir essa tarefa. Portanto, com tão importante missão, a Igreja Messiânica visa desenvolver, de acordo com os desígnios de Deus, a grandiosa obra de construção do Paraíso Terrestre. Como condição básica para atingir esse objectivo, propomo-nos, antes de tudo, a eliminar a doença da humanidade. Julgo desnecessário falar muito a esse respeito, dados os maravilhosos resultados que viemos obtendo. Obviamente, a verdadeira causa da guerra é a doença; não somente a doença física, mas também a espiritual. Eliminar a doença espiritual e tornar as pessoas verdadeiramente saudáveis deverá ser a base para solucionar, radicalmente, o problema da guerra. Qualquer outra solução proposta, visando à sua eliminação, não passará de mero devaneio.

13 de Setembro de 1950

Alicerce do Paraíso vol.1

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