Derrotar os Malfeitores

Talvez o leitor estranhe o título acima, mas eu o adotei por me parecer o mais adequado. A explicação é a que se segue.

O mundo está repleto de indivíduos maldosos, que procuram enganar as pessoas ou aplicar-lhes golpes. Pelo fato de eu ser um religioso e lhes parecer ser um homem de bem e, ainda, por lhes aparentar ser até mesmo um santo, tratam-me como se fosse um bobo. Esses tipos são hábeis no uso das inteligências maléfica e astuta, capazes de elaborar planos terríveis. Talvez o leitor estranhe o título acima, mas eu o adotei por me parecer o mais adequado. A explicação é a que se segue.

Há, igualmente, aqueles que possuem posição social e, além de atrevidos, são agressivos. Subestimando-me e assemelhando-se a uma cobra, tentam dar o bote em mim desde o primeiro contato. Então, nessas ocasiões, deixo que eles me “engulam” e calmamente procuro traçar um contra-ataque. Sem adotar qualquer procedimento diferente, procuro agir com seriedade e naturalidade. Por esse motivo, eles nem chegam a perceber minha tática. Assim, cheios de vaidade, tentam me atacar. No entanto, como tenho em minhas mãos o controle do ponto vital da situação, deixo que eles ajam como quiserem. Assim sendo, apesar de recorrerem a vários meios, não obtêm sucesso e, apesar de parecer que vão desistir, dificilmente isso ocorre. Ao contrário, eles pensam: “Já está na hora daquele sujeito, o Okada, desistir e demonstrar uma atitude conciliatória.” E ficam aguardando. Da minha parte, mantendo toda a calma e fingindo não saber de nada, deixo as coisas como estão e, nessa situação, eles nada podem fazer. Isto porque, com o passar do tempo, esgotam-se suas verbas e, aos poucos, a situação vai-se tornando desvantajosa para eles. Quanto mais se precipitam, mais se agrava a situação e, consequentemente, acabam desistindo, o que tem ocorrido com frequência.

Por outro lado, há os mais experientes que, traçando planos das formas mais diversas e usando meios hábeis, tentam tenazmente extorquir-me. Eles fazem pouco caso de nós, pensando que a Igreja Messiânica dispõe de muito dinheiro e que o seu líder deve ser tratado pelos seus fiéis como um deus vivo e, portanto, totalmente sem noção da realidade. “Com certeza, a qualquer momento, ele acabará nos dando uma quantia considerável”, dizem. Igualmente raciocinam: “Mesmo que lhe causemos certos prejuízos, vai preferir evitar processos judiciais e situações complicadas, por achar que não vale a pena.” Como estou inteiramente ciente de suas intenções, surpreendendo-os e usando contra eles os próprios argumentos apresentados, deixo-os frustrados. Assim sendo, eles ficam sem meios de agir e, uma vez que seus trabalhos e esforços serão em vão, nem são dignos de pena.

Colocando dessa forma, talvez as pessoas pensem que Meishu-Sama não parece um religioso, mas alguém sem compaixão. Todavia, do ponto de vista de Deus, esta é uma atitude correta. Originariamente a Vontade de Deus é auxiliar, a todo custo, o bem e jamais perdoar o mal, por mais irrelevante que seja. É por isso que estou sempre insistindo na necessidade de vencer o mal.

Com frequência, usa-se a frase: “Aquele sujeito é intransigente”, a qual possui certo sentido pejorativo. A forma oposta é que “aquele sujeito” é bom, mas não presta para nada. Parece que, na opinião geral, a pessoa má é intransigente, mas na realidade eu me considero duas ou três vezes mais intransigente que o próprio indivíduo mau. Assim deve ser a verdadeira pessoa de bem e, se não for assim, não poderá transformar este mundo do mal em um mundo do bem. Dessa forma, tenho como lema combater, um por um, todos os malfeitores deste mundo e acredito que este deve ser o procedimento correcto de um religioso actuante.

Jornal Eiko nº 144, 20 de Fevereiro de 1952

Alicerce do Paraíso vol. 5

(67) Título anterior: “Acabar com os perversos”.

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