Margarida Alexandre Maholele – JC Inhambane – Moçambique

Chamo-me Margarida Alexandre Maholele. Sou natural da cidade de Maputo, mas atualmente vivo na cidade de Maxixe, província de Inhambane. Dedico no Johrei Center de Inhambane e sou encarregada da rede de Salvação da cidade de Maxixe.

Conheci a Igreja Messiânica Mundial de Moçambique em 2011 por intermédio da minha irmã, membro da igreja, que certo dia convidou-me a acompanhá-la à Unidade religiosa. Tempos depois, comecei a ganhar interesse em aprofundar mais na filosofia messiânica e nos ensinamentos de Meishu-Sama.

A experiência que passo a compartilhar com os irmãos está relacionada com o Sonen de servir na Obra Divina.

Sou natural da província de Maputo, mas em 2016 desloquei-me para a província de Inhambane, na Cidade de Maxixe, para fazer o ensino superior. No dia que cheguei na cidade de Maxixe, por ser noite e não saber para onde ir, tive que pernoitar sentada na varanda de um bar super movimentado, até amanhecer. Nesse mesmo bar, para além de ser um local de diversão e consumo de bebidas alcoólicas, também existia a prostituição. Enquanto espera pelo amanhecer, distribuí flores que trazia às pessoas que passavam por ali, marcando o início da minha dedicação na província de Inhambane. Ao amanhecer, consegui localizar uma pessoa conhecida que morava naquela cidade, que me acolheu em sua casa por uma semana. Após passar uma semana na casa dela, tive a permissão de ganhar uma vaga no lar dos estudantes.

De início, eu contava com ajuda financeira de um familiar para as despesas da faculdade e do internato, mas quando menos esperava a mesma pessoa comunicou-me que já não estava mais em condições de continuar a dar o apoio financeiro.

Para além de não ter apoio financeiro para suprir as despesas da faculdade e do internato, passei a ter dificuldades para apanhar o barco para me deslocar até ao Johrei Center. No internato, as condições não eram boas. A alimentação era precária e nem sempre havia jantar para todos. Para garantir o meu jantar, eu recolhia os restos de comida do almoço dos meus colegas e guardava para me alimentar. O internato fica muito distante da faculdade. Quando tinha o apoio financeiro ia de transporte público, mas quando fiquei sem apoio passei a ir a pé.  Por conta da precariedade alimentar do internato, cheguei a perder muito peso ao ponto das pessoas ao meu redor suspeitaram que tinha contraído uma doença.

Mediante todas estas dificuldades, fui orientada a cumprir com as práticas básicas da fé messiânica no internato. Como ainda era frequentadora, comecei a orar com as minhas colegas de quarto, manter a flor de luz e montei uma horta modelo no internato. Após menos de um mês de prática, comecei a ser chamada para fazer biscates como diarista, onde passei a lavar roupas nas casas e de tarde ia à faculdade. Com o que ganhava, separava um valor para donativos, para transporte e o resto usava para despesas da faculdade e do internato.

Tempos depois, ganhei a permissão de concluir o donativo da Kannon e do sagrado Ohikari. Como membro, fui orientada a intensificar a dedicação, passando a ministrar Johrei na faculdade, no internato e nas casas onde lavava roupas. Com a prática do Johrei no internato, vi nascer a felicidade em muitas colegas que tinham problemas de maus sonhos. E nas casas onde eu lavava roupas, tive a permissão de encaminhar e cuidar de uma jovem que hoje é membro da igreja.

Tempos depois, ganhei a permissão de trabalhar como empregada doméstica na casa protocolar da Directora Provincial de Educação da Província de Inhambane. Com esta graça recebida, saí do internato e passei a viver com a Directora. No início, a directora tratava-me como uma empregada doméstica e por vezes tínhamos conflitos. Devido esta situação, fui orientada a agradecer pela existência da minha patroa e cumprir com as práticas básicas da fé no local de trabalho. Quando a directora recebeu o primeiro Johrei, disse-me que já conhecia Meishu–Sama através de um familiar que dedicava no Johrei Center de Malhazine. Apesar de ela ser de uma outra religião, passou a receber o Johrei todos os dias e a solicitar quando purificasse. Tempos depois, para o meu espanto, a directora disse que já não me queria mais como uma empregada doméstica ao seu serviço, e que dali em diante iria me tratar como filha. Assim, contratou uma nova empregada para cuidar da casa.

Mesmo tendo deixado de ser empregada, recebia uma mesada para suprir algumas despesas pessoais, da faculdade e transporte para a igreja.

Tempos depois, a Directora teve que regressar à sua cidade de origem, e veio uma nova Directora Provincial que inicialmente tratou-me como empregada, mas vendo a minha postura, ela também passou a tratar-me como filha, e contratou uma empregada para cuidar da casa.

Com todas estas graças, intensifiquei a minha dedicação, passei a cuidar de muitas pessoas e encaminhá-las ao Johrei Center, formando assim a rede de salvação da cidade da Maxixe, onde muitas pessoas estão a ver suas vidas transformadas.

No final do ano passado, comecei a ficar preocupada porque era o último ano de faculdade, e após o término devia abandonar a casa onde morava e regressar à Província de Maputo. Mas lá no fundo, eu não queria regressar para Maputo. Desejava continuar a dedicar na Cidade de Maxixe.  Mas para continuar na cidade, eu tinha de ter um meio de sustento próprio e uma casa de aluguel.  Com essa situação, fui orientada a entregar a Deus e ao Messias Meishu-Sama a minha vontade de continuar a servir na província de Inhambane e dar tempo ao tempo.

Faltando poucos meses para concluir a faculdade, tive o conhecimento de um casal que havia sido transferido para trabalhar no norte do país e precisava de alguém para guarnecer a casa. O casal tem uma casa tipo 3 e um anexo no fundo do quintal. A pessoa que devia guarnecer a casa, passaria a viver nesse anexo enquanto controlava a casa principal que ficaria trancada. Mas, quando fui encontrar-me com a dona da tal casa, eis que do nada, ela mudou de ideia e disse que eu passaria a viver na casa principal sem pagar nada.

Já tinha onde morar, mas faltava o meio de sustento. Quando menos esperava, um mês depois do término da faculdade, recebi um convite para trabalhar como professora na cidade de Maxixe.  Fiquei espantada com a chamada porque não havia concorrido para trabalhar nessa escola. Com o primeiro salário, materializei a minha gratidão por todas as graças recebidas.

No segundo mês de trabalho, o nosso país registrou o primeiro caso positivo de Corona vírus e por conta dessa situação, o governo decretou o encerramento das escolas e os alunos foram orientados a ficar de quarentena junto com os professores. Com a escola encerrada estou sem salário, e consequentemente não tenho como pagar as contas de água, luz e transporte e estava a passar fome.

Fui orientada a agradecer pela purificação e manter as práticas básicas no lar e quando menos esperava, a antiga patroa com quem vivia e me tratava como sua filha, procurou saber como é que eu estava a passar o período de quarenta. Foi quando em resposta, relatei todas as dificuldades que estava a passar e após ouvir-me atentamente, eis que ela convidou-me a voltar a morar com ela para que não passasse fome e não tivesse nenhuma despesa por custear. Estou a morar novamente na casa da Directora, e ela revelou que no fundo ficou muito triste quando saí da casa dela.

Com está experiência, pude confirmar que o coração agradecido comunica-se com Deus, e que quando temos um forte desejo de corresponder com a Vontade Divina, somos agraciados com as condições necessárias para o efeito.

Tenho a horta caseira feita, e estou me preparando para receber o meu altar do lar.

Aos ministros, responsáveis, professores, membros e frequentadores, o meu muito obrigada!

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