Práticas de Humildade

Desde antigamente, fala-se sobre práticas de humildade. Para se viver bem em sociedade, elas são deveras importantes, sobretudo para quem cultiva a fé. Tenho visto, com certa frequência nas organizações religiosas, atitudes que denotam falta de humildade entre os mestres que divulgam sua doutrina. Os velhos provérbios: “O falcão inteligente oculta as garras” e “Quanto mais carregada de grãos, mais se curva a espiga de arroz” referem-se à humildade.

Desejos egocêntricos tais como o de querer se exibir, de se mostrar importante ou conhecedor de tudo, de se vangloriar etc. produzem efeito contrário. O ponto fraco do ser humano é gostar de “se mostrar” tão logo comece a se destacar. Por exemplo, quando uma pessoa que, até então, exercia uma profissão comum, levava uma vida igual aos outros, ou mesmo uma pessoa menos favorecida socialmente que, repentinamente, passa a ser chamada por algum título, como “professor”, “doutor”, irá indagar-se: “Será que sou mesmo assim tão importante?” De início, ela se sentirá feliz e agradecida. Com o passar do tempo, no entanto, ficará cada vez mais ansiosa por ver reconhecida sua importância, e isso se passa com a maioria. Até então tudo ia bem, mas daí em diante, a situação piora, e a pessoa torna-se impertinente, embora dificilmente tome consciência disso.

Deus abomina a vaidade. Tanto a virtude da modéstia quanto a humildade são realmente inestimáveis, principalmente na vida civilizada. O comportamento de querer o melhor lugar nas conduções e em locais de grande concentração de pessoas, empurrando-as, revela uma espécie de pensamento exclusivista, digna de reprovação. Criar uma sociedade agradável de forma harmoniosa expressa o ideal democrático, e é algo que não mudou no passado e não se altera, um mínimo sequer, no presente.

Colectânea Assuntos sobre fé, 5 de setembro de 1948

“Alicerce do Paraíso” vol.4

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