Rui Kamundongo Mujanga Groesmith

Chamo-me Rui Kamundongo Mujanga Groesmith, de 32 anos de idade, dedico como responsável do Johrei Center da Graça. Conheci a I.M.M.A em 2005 por intermédio da minha mãe Angélica Paula Groesmith, membro dedicante desta Igreja. Os motivos que estiveram na base do meu encaminhamento foram doenças, pobreza e conflitos.

No dia 17 de Outubro do ano em curso, tive um encontro com o Ministro Pacavira, no Centro de Aprimoramento onde abri meu coração dizendo que venho acompanhado alguns fiéis que apesar de terem bons salários, boa formação académica não conseguem se libertar do alcoolismo e dividas. O Ministro em resposta me disse:

Deus só te vai utilizar para salvar estes irmãos, se você recordar onde o Messias te tirou.

Foi quando me recordei que Meishu-Sama também me libertou do álcool. Naquele instante um facto chamou-me atenção! Há muito que não me revia como um ex tóxico-dependente.

Em 2001, com 15 anos, sofri durante 9 meses de tuberculose, em busca de cura procuramos vários lugares, de realçar que numa das medicações receitadas tomava 9 comprimidos por dia, que totalizou 2.430 comprimidos ingeridos. Frequentei também um quimbanda e um ervanário, esse último orientou-me a tomar a própria urina, como queria estar bem de saúde aceitei a referida orientação.

Na escola era obrigado a levar um recipiente, enquanto os outros tomavam sumo e refrigerantes, tomava com muito sofrimento a minha própria urina, para atenuar o sofrimento decidi passar a beber pouca água e em contra partida a urina tornava-se mais amarga. E as noites cobriam de argila o meu corpo todo ficando apenas de fora a cara para poder respirar e comer. Como consequência, emagreci tanto a ponto de algumas pessoas comentarem que eu era seropositivo, me fechava em casa, sofria em silêncio devido a dor causada pela doença e pela incompreensão das pessoas.

 Nesta fase a minha mãe conheceu a Igreja, no inicio não gostei por isso não voltei a ir, recebia apenas Johrei em casa mas mesmo assim graças a Deus em 2007 melhorei do problema de tuberculose, continuei a estudar normalmente, até que um dia fui chamado pela direção, fui acusado de ter participado na violação sexual de uma aluna, me colocaram numa situação em que não estavam interessado na descoberta da verdade, me disseram que se negasse seria expulso do colégio, mas se admitisse permanecia a estudar.

Eu era amigo dos supostos violadores, mas não participei do acto de violação. Quem sustentava os meus estudos era a minha mãe com muito sacrifício, como não queria causar mais sofrimentos a ela pois já os tinha em sobra, decidi admitir um acto que não cometi, por isso, fui expulso do colégio junto com 3 colegas e isso encheu o meu coração de ódio.

A raiva e a mágoa me corroíam por dentro, resolvi sair de casa e fui viver em casa de um tio, usava cabelos compridos e consumia bastante bebidas alcoólicas. Para mim era uma forma de anestesiar o sofrimento que me mordia, era um jeito de embebedar os problemas para me deixarem em paz, mas no final eu é que acabava bêbado. Mais tarde, fui parar a casa de um tio e esse aconselhou-me a procurar uma igreja. Decidi voltar a IMMA e em Novembro de 2006 tornei-me membro.

Após ter conseguido relembrar de facto onde o Messias me encontrou! O Ministro me disse:

Onde o Messias nos encontrou, geralmente escondemos por orgulho e vaidade! E isto impede o Messias de nos utilizar porque temos vergonha de sermos nós mesmos! Com medo que sejamos diminuídos pelas outras pessoas. Pelo facto de conhecerem momentos tristes que vivemos. Desejamos ser respeitado pelo que somos hoje!

Ao ouvir não percebi bem onde o Ministro queria chegar. Qual a relação que tinha com a dificuldade que estava a passar com os casos que estava a acompanhar. Pediu-me para relatar a minha primeira experiência mas ocultei quase todos os factos! Pediu que relatasse com a exposição dos factos. Assim o fiz.

Um dos jovens que estou acompanhar que já concluiu o mestrado mas vive infelizmente no mundo do álcool, é primo de um dos jovens que pessoalmente fui responsável para encaminha-lo no alcoolismo e consumo de drogas. Quando retornei a Igreja em 2007, sem Ohikari, quase perdido! Com apoio dos missionários e minha mãe consegui regenerar-me. Passei a me entregar no servir e em 2011 ganhei a permissão de peregrinar ao Solo Sagrado de Guarapiranga, com ajuda de vários fiéis da unidade. Após o meu regresso, fui indicado a dedicar como vice-responsável do Johrei Center do Lobito. Em 2013, certo dia ouvi que um amigo encontrava-se gravemente doente e debilitado em consequência do consumo excessivo de álcool e droga! Após ministrá-lo Johrei, a sua avó me disse:

Filho, tu hoje és pastor! Ti libertastes desses vícios, mas não te esqueças que foste tu que arrastaste o meu neto nesses vícios! Não esqueças de também ajuda-lo a sair deste vício!

Este ano a avó do meu amigo faleceu. Sem eu poder cumprir com o seu pedido. Quanto mais recordava onde o Messias me tirou, mais próximo a minha compreensão chegava ao que o Ministro tencionava ajudar a entender. Na verdade, o Messias encaminha várias pessoas para eu cuidar, a fim de ressuscitar em meu coração a emoção sentida pelas graças recebidas! Um dos jovens que estou a cuidar é primo de 1º grau do meu amigo e neto da avó que arrastei o seu neto no mundo do álcool e drogas.

Quando relatei ao Ministro esta minha reflexão ele pediu-me para voltar a orar nas casas desses jovens com compromisso renovado. Ao orar em suas casas, vendo o desespero de suas esposas minha ficha caiu!

 No dia seguinte, encontrei-me com um frequentador que ao me ver disse:

Irmão Rui, estou a sofrer! Minha casa destruiu, minha esposa foi embora! Ganho bem mas gasto tudo no álcool.

Naquele instante, pedi que fôssemos juntos a sua casa. Fizemos oração e ministrei-lhe Johrei. Fez sua reflexão profunda, na qual disse-me que é licenciado em teologia na Itália. Duvidei! Ele levantou pegou no álbum, mostrou-me seu percurso académico. Fiquei de queixo caído. Sua aparência não condizia com sua formação!

Foi mais um recado do Messias que precisava retornar ao meu ponto de partida.

Com esta reflexão, assumo o compromisso de não mais esconder de onde o Messias me encontrou e correr para reencontrar com todos com quem tenho afinidade. Tenho um amigo que de tanto usar drogas pesada está com demência, vive perambulando pelas ruas do Lobito. No ano passado ao levar flores na campa do meu pai, deparei com duas campas onde jazem dois amigos do mundo da droga.

De onde Deus e o Messias me resgataram não tenho como agradecer! Me comprometo em servir em prol do bem-estar de outras pessoas sem vaidade ou apego.

Agradeço a Deus, ao Messias Meishu-Sama, meus antepassados por me terem encaminhado e despertar para verdadeira razão da minha existência!

Muito obrigado.

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