O cardápio era determinado mensalmente e não podíamos modificá-lo. Como eu usava os produtos da época, procurava estar atento a fim de servi-los logo no início da safra. Preocupava-me também que Meishu-Sama fosse o primeiro a saborear aqueles produtos.
Quando o jantar era um prato ocidental ou chinês, Meishu-Sama dispensava o lanche da tarde. Ele dizia: “Para mim, o maior prazer são as refeições, portanto, sirva-me os pratos de que gosto o máximo de vezes possível.”
Ele ceava, por exemplo, tyazuke⁴, e apreciava especialmente taitya⁵ ambos acompanhados de outros complementos.
Em se tratando de sabor e aparência, Meishu Sama não gostava de excessos. Como o seu senso de beleza era aguçado e refinado, tudo precisava ser simples e elegante.
No casamento da Srta. Miyako, filha de Meishu-Sama, fiz orizume⁶ mas, como as caixas eram maiores do que o normal, preparei as iguarias também um pouco maiores. Assim sendo, mais tarde, Meishu-Sama chamou minha atenção: “Por que não fez as refeições em proporções menores? A aparência não ficou boa, pois estavam grandes demais. Não havia necessidade de preencher o espaço interno das caixas; se esse era o problema, era só fazer iguarias menores e aumentar a quantidade.”
Meishu-Sama não gostava também de pratos com aparência grotesca ou assustadora. Certa vez, servi-lhe um pargo inteiro frito. Ele me disse:
“Este peixe está pavoroso e não consigo comer. Por favor, corte-o em pedaços menores.” Ele também não gostava quando o polvo era servido com cabeça, dizendo que tinha um aspeto horrível. Ele sentia uma repulsa pelo grotesco.
Um servidor
Reminiscências sobre Meishu-Sama vol. 4