A história da nossa Igreja é fruto da fé, da dedicação incansável, do servir sincero e da determinação de um incontável número de pioneiros, os quais, cada um, dentro do papel que desempenhou e da missão que cumpriu, contribuiu de maneira inestimável para a ampliação da salvação de pessoas por meio do Johrei e da prática dos Ensinamentos de Meishu-Sama. Quando apresentamos uma síntese da nossa história, somente alguns nomes acabam sendo mencionados, mas isso não apaga o mérito nem nossa eterna gratidão por todos que fizeram parte e que se empenharam para edificá-la.
A Igreja Messiânica Mundial (IMM) nasceu no Japão em 1º de janeiro de 1935, na forma de uma associação religiosa que, à época, recebeu o nome de Associação Kannon do Grande Japão (大日本観音会 – Dai Nippon Kannon Kai). Somente em 1950 é que ela passou a se chamar Igreja Messiânica Mundial (世界救世教- Sekai Kyusei Kyo). A respeito dessa mudança no nome da Igreja, Meishu-Sama explicou:
“Como Kyusei kyo (救世教)[5] se escreve com ideogramas chineses, acaba restringindo-se ao Oriente. Contudo, como o objetivo é, de qualquer forma, salvar toda a humanidade, é preciso expressar o sentido apropriado. Por este motivo, atribuí a leitura “Meshiya” (Messias) ao ideograma kyusei (救世)[6].
Como o sentido é este, “Messias” significa tão somente “Kyusei” (salvação do mundo), uma expressão adequada às atividades que serão desenvolvidas daqui em diante. Devo deixar dito que não há outro sentido senão este. Dependendo da pessoa, pode haver quem pense que foi oportunismo, por se tratar de um nome relacionado ao cristianismo. Mas não é nada disso.”[7]
No Brasil, as atividades de difusão do Johrei e dos Ensinamentos de Meishu-Sama remontam à década de 1950, quando o fluxo de imigração japonesa foi retomado após o fim da Segunda Grande Guerra.
Conforme registros, o primeiro messiânico a pisar em terras brasileiras foi o deputado federal Kajyu Nakamura, que integrou a comissão do governo japonês enviada ao Brasil, em 1951, para concluir o convênio que restabeleceria o fluxo de emigração do Japão para o nosso país.
No dia 13 de agosto de 1952, o Jornal Eiko (à época, um dos principais veículos de comunicação da Igreja Messiânica Mundial no Japão) publicou uma matéria na qual menciona as graças recebidas por uma senhora que frequentava a Igreja no Japão e que tinha imigrado para o Brasil. Esta senhora, mesmo não sendo membro da Igreja, relatava estar recebendo graças e proteção com a leitura dos Ensinamentos de Meishu-Sama. Desde que mudara a estrutura e o nome da Igreja em 1950, Meishu-Sama veio preparando todas as bases para dar início ao trabalho de difusão mundial e, em 1953, enviou a reverenda Kiyoko Higuchi e o ministro Haruhiko Ajiki aos Estados Unidos (Havaí).
A partir daí inúmeras graças e milagres começam a ser relatados a Meishu-Sama que, entusiasmado, compartilhava com os ministros e membros sua intenção de enviar, num futuro próximo, missionários a outros países. Assim, crescia entre seus discípulos o desejo de participar diretamente da difusão mundial.
Foi imbuída desse sentimento que a jovem Teruko Sato, aos 18 anos de idade, tomou a decisão de imigrar, sozinha, para o Brasil para difundir o Johrei e a fé messiânica. Em novembro de 1954, chegaram ao Brasil, mais precisamente, ao estado do Amazonas, a primeira imagem da Luz Divina e a fotografia de Meishu-Sama para o altar, entregues a ela por orientação do próprio Meishu-Sama. Ela trouxe igualmente dez Ohikari para serem outorgados às pessoas que desejassem tornar-se ministrantes de Johrei.
Após a ascensão de Meishu-Sama ao Mundo Divino, chega ao Brasil, em 9 de agosto de 1955, o ministro Nobuhiko Shoda (26) e o jovem missionário Minoru Nakahashi (19).
Dessa forma, iniciaram-se efetivamente as atividades de difusão e, em pouco mais de um mês, no dia 15 de setembro, foi realizada a outorga do primeiro Ohikari, em terras brasileiras, ao Sr. Otsuo Baba, em Belo Horizonte (MG).
Devido às limitações de idioma, as atividades de difusão se concentraram nos estados de São Paulo e do Paraná, onde havia muitos imigrantes japoneses.
Posteriormente, com a expansão da Obra Divina, outros jovens missionários foram sendo enviados ao Brasil: Katsumi Morimoto (Kogure), em 1958; Kazuro Hosono (1959; aos 23 anos de idade); Morihiro Hirata (1960; 28); Katsumi Yamamoto (1961;28) e Kunji Okada (1962; 21).
Graças aos maravilhosos e incontáveis milagres do Johrei, rapidamente, a fé messiânica começou a conquistar adeptos em nosso País e, em 1962, já contava 1.315 ministrantes de Johrei.
Desta forma, para dar suporte e implementar o trabalho de difusão, em10 de julho de 1962, chega ao Brasil a primeira turma de jovens missionários preparados e enviados pela Sede Geral da Igreja no Japão. São eles: Noboru Kanbe (28); Masao Goto (23); Tetsuo Watanabe (22); Hitoshi Nishikawa (21); Mitsuhiro Omae (20); Hisao Yokoyama (20); Mitsuo Nakahashi (19) e Sayohiko Asami (18).
Em abril de 1966, a Sede Geral envia o ministro Sei’iti Nonoguti (27) e, em 14 de junho de 1967, chega ao Brasil a segunda turma de jovens missionários enviados pela Sede Geral. Seus integrantes eram: Sadao Yamashita (24); Norio Shirasawa (24); Katsuyuki Moriyama (23); Hidenari Hayashi (22); Takeo Saito (21); Mikio Takase (21); Masahito Ono (21); Hajime Tanaka (20) e Yoshihei Yasue (20).
À medida que a Obra Divina foi se ampliando, fomos recebendo de Deus e Meishu-Sama a permissão e o desafio de edificar sedes próprias.
Em 23 de junho de 1963, foi inaugurada a primeira sede própria da Igreja Messiânica Mundial do Brasil em Londrina (PR).
Em 1964, é efetivado o registro como pessoa jurídica da Igreja Messiânica Mundial – Sede Central do Brasil. Até esse momento, a difusão ainda se concentrava no Paraná e São Paulo.
Nesse mesmo ano, 1964, o então ministro Tetsuo Watanabe, se mudou para a cidade do Rio de Janeiro, onde iniciou seu trabalho de difusão. Após a formação de muitos membros e missionários, abriu novas frentes de expansão da fé em diversas regiões do País. De acordo com as palavras do Rev. Katsumi Yamamoto, este foi um marco histórico que “mudou a paisagem da difusão da Igreja Messiânica no Brasil”.
A gratidão a Deus e a Meishu-Sama pela alegria de terem sido salvos e de ver suas vidas transformadas, fez com que os membros pioneiros brasileiros se lançassem de corpo alma à prática e à divulgação dos ensinamentos de Meishu-Sama e do Johrei por todo o Brasil.
Em 1965, foi fundada a Sede Central da Igreja Messiânica Mundial no Brasil com a presença do presidente mundial da Igreja, Rev. Masakazu Fujieda.
Ainda em 1965, começa a ser editado o primeiro periódico da Igreja, chamado “Glória”, escrito em língua portuguesa.
Em 1968, sob a liderança da reverenda Teruko Sato, foi inaugurada a sede da Igreja Tupã, no interior de São Paulo.
Em 17 de janeiro de 1969, foi inaugurada a primeira sede própria da Igreja no Rio de Janeiro.
Em 15 de maio de 1969, foi inaugurado o templo da Sede Central do Brasil.
Em 1970, foi criado o Seminário de Formação Sacerdotal visando à formação de ministros brasileiros integrantes.
No mesmo ano, inicia-se o envio de caravanistas brasileiros para peregrinação aos Solos Sagrados do Japão.
Em 1971, foi instituída a Fundação Messiânica (renomeada Fundação Mokiti Okada em 1981) para o desenvolvimento de atividades artísticas, culturais, assistenciais e de pesquisas, especialmente no campo da agricultura e meio ambiente.
Em 1974, foi introduzida no Brasil a Academia de Ikebana Sanguetsu, que se baseia nos princípios espirituais e filosóficos de Meishu-Sama.
Em 1976, com a reestruturação do sistema de difusão no Brasil, o reverendo Tetsuo Watanabe tornou-se o dirigente espiritual da Igreja.
No período que se sucedeu, graças à dedicação sincera de todos os membros, a Igreja Messiânica Mundial do Brasil apresentou um extraordinário crescimento, que abriu os horizontes para as atividades de salvação a serem desenvolvidas no Brasil e no exterior.
Como resultado desse crescimento, em 1982, por ocasião das comemorações do centenário do nascimento de Meishu-Sama, foi inaugurado o edifício Mokiti Okada, contíguo ao templo da Sede Central do Brasil. Fato este de grande relevância sociocultural, um marco da consolidação da Igreja Messiânica Mundial no Brasil.
Nesse mesmo ano, 1.027 messiânicos brasileiros peregrinaram aos Solos Sagrados do Japão.
Em 1985, com o propósito de solicitar à Sede Geral do Japão autorização para a construção da Morada dos Antepassados (Sorei-sha) no Brasil, foi formada uma comissão de representantes dos messiânicos brasileiros, composta pelo presidente da Igreja, Rev. Tetsuo Watanabe, pelos membros do Conselho Deliberativo (Rev. Katsumi Yamamoto, Rev. Mutsumi Fujitani, Rev. Hitoshi Nishikawa, Min. Carlos Antunes Coelho, Rev. Pedro Partezan, Min. Xavier Oronce Guérin), pelos membros do Conselho Fiscal (Min. João Lopes dos Santos, Min. Isnar Campelo, Min. Waldemar Nogueira) e pelos reverendos Katsuyuki Moriyama, Léo Rodrigues de Almeida e Júlio Barbieri Júnior. Este pedido foi encaminhado à Terceira Líder Espiritual. Posteriormente, ao visitar o terreno às margens da Represa de Guarapiranga, a Terceira Líder sugeriu: “Por que não se constrói aqui um Solo Sagrado?”
Assim, em 17 de setembro de 1989, foi realizada a Cerimônia de Lançamento da Pedra Fundamental do Solo Sagrado de Guarapiranga e, em 1991, deu-se início à sua construção.
Em 1994, foi instituída a Korin Empreendimentos para fomentar, escoar e comercializar a produção dos agricultores praticantes do método da Agricultura Natural preconizado por Meishu-Sama.
Em novembro de 1995, foi inaugurado o Solo Sagrado de Guarapiranga com a participação de milhares de pessoas que se emocionaram ao verem concretizados nesse Solo Sagrado o amor e o empenho incansável de todos que contribuíram para a realização deste grande ideal de Meishu-Sama.
Nos últimos vinte anos, alicerçada no trabalho dos pioneiros, a Igreja Messiânica veio se expandindo fortemente não só no Brasil como no mundo inteiro. Hoje, como resultado concreto da dedicação, existem em nosso país mais de 500 unidades religiosas, onde, diariamente, os messiânicos dedicam, aprimoram e se empenham na prática do amor altruísta, servindo à felicidade das pessoas.
A Korin Empreendimentos, fundada com visão empresarial baseada na filosofia e no método de Agricultura Natural de Mokiti Okada, privilegia o perfeito equilíbrio entre preservação e uso dos recursos naturais e se tornou uma referência nacional e internacional quando o assunto é a produção sustentável de alimentos saudáveis, que não comprometem o meio ambiente nem a saúde do agricultor e do consumidor. Hoje, graças ao empenho de seus colaboradores, seus produtos e serviços estão presentes em todos os estados do País e no exterior.
A Fundação Mokiti Okada atua no território nacional por meio de programas, projetos e atividades em diversos campos tais como a saúde, a arte, a educação, o meio ambiente, atendendo aos mais variados públicos − crianças, jovens, adultos e melhor idade −, e envolvendo a sociedade civil organizada, comunidades, pesquisadores e poderes públicos.
Ao longo dos anos, muitos projetos e iniciativas já foram premiados pelo seu teor de inovação e comprometimento com o bem-estar da sociedade. Para a Fundação, tão importante quanto o trabalho desenvolvido ao longo de sua existência, são os frutos colhidos com suas ações, que apontam resultados significativos e capazes de transformar vidas.
Apresentamos aqui um breve histórico da nossa Igreja. Reiteramos que tudo isso só foi possível graças à proteção de Deus e Meishu-Sama e à determinação e empenho de cada messiânico, começando por nossos pioneiros.
Nosso compromisso é dar continuidade a essa sagrada obra, alicerçados nos sublimes Ensinamentos e nas atitudes de Meishu-Sama, edificando uma fé sólida e altruísta. O Servir sincero dedicado à salvação da humanidade e à construção do Paraíso Terrestre é a nossa missão.
[5] Kyusei Kyo é a leitura natural dos ideogramas (救世教) que formam o nome da Igreja Messiânica em japonês.
[6] Kyusei significa “salvação do mundo”.
[7] Ensinamento “A respeito do nome da Meshiya Kyo”, 18/2/1950.