Quando jovem, eu era muito violento, chegando a ser apelidado de “galo de briga.” Ficava com medo de mim mesmo, pois sempre que bebia, brigava e aprontava desordens, Porém, como não tinha força física, logo pegava algum objeto para bater.

Quem me livrou dessas condições foi Meishu- Sama, que sempre me dizia: “Não se irrite; torne- se um bobo.” Então, perguntava-lhe: “Mesmo zangado, basta não demonstrar, não é?” Aí, Meishu-Sama dizia-me energicamente: “Nada disso. Você não deve sequer sentir irritação.” Graças a isso, gradativamente, tornei-me um homem que naturalmente não se irrita; ao invés de ficar refreando meus impulsos.

Certa vez, Meishu-Sama me orientou o seguinte: “Você disse que fica irritado e não consegue conter-se; mas você briga com o cachorro quando ele late para você? Mesmo tendo agido com boas intenções, se você é hostilizado por uma pessoa, e se irrita, equipara-se ao nível espiritual dela, que não corresponde ao de um autêntico ser humano.”

A coisa mais gratificante da minha vida é que passei a não mais me irritar. Por outro lado, fui homem de tomar, de uma só vez, quase dois litros de saquê. Por isso, perguntei a Meishu-Sama: “Mesmo uma pessoa como eu pode se tornar um religioso?” Então, ele me respondeu: “Por ser uma pessoa assim, é que você deve professar a fé.”

Um ministro

Reminiscências Sobre Meishu-Sama vol. 5