Nidai-Sama era uma ótima interlocutora nas conversas com Meishu-Sama. Possuía uma excelente memória, era bastante intuitiva e tinha ideias criativas. Assim, os diálogos com Meishu- Sama sobre artes, construções e projetos fluíam muito bem. Por isso, quando ela se ausentava, Meishu-Sama sentia-se sozinho e, caso ela demorasse um pouco além do previsto, Ele dirigia-se à porta várias vezes, falando preocupado: “Quanta demora! Será que aconteceu alguma coisa?”
Como se sabe, Meishu-Sama recebia muitas visitas, para além dos membros, e contava sempre com a companhia da sua mulher. Não era, de todo, alguém de difícil acesso ou trato, mas devido ao facto de ser o fundador de uma religião, as pessoas sentiam-se normalmente pouco à vontade, o que gerava um clima um pouco tenso.
Nessas ocasiões, Nidai Sama, com a sua simpatia, participava na conversa e, por vezes, até fazia alguma brincadeira. Estava sempre atenta às pessoas e descontraía o ambiente, desempenhando, com grande competência, o papel de coadjuvante.
No entanto, como ela dispensava uma grande atenção aos convidados, algumas vezes, eles acabavam lhe voltando a atenção de forma exagerada, o que aborrecia demasiadamente Meishu- Sama. Nessas ocasiões, Ele exprimia-se mais ou menos assim: “Não quero encontrar-me mais com aquela pessoa”. Imagino que Nidai-Sama possa ter tido problemas nestas situações.
Nidai Sama
Reminiscências Sobre Meishu-Sama vol. 1