Tenho 29 anos de idade e sou membro há 19.

A experiência de fé que passo a relatar, está relacionada com a peregrinação aos locais de maior luz e com o Sorei-Saishi.

Sou formado em engenharia de construção civil e no ano passado, comecei a ter problemas no pagamento dos meus salários e devido a isso enfrentava muitas dificuldades.

Estava com vergonha de partilhar a minha dificuldade com o meu pai, pois como responsável de unidade que é, sempre orientava-me quanto ao cumprimento das práticas básicas, principalmente na participação das orações matinais e na prática dos donativos, mas eu não concordava, achando que estavam ultrapassadas.

A cada dia, a situação ficava mais difícil, até que ouvi que os jovens iriam para a Província do Bié. Vi a peregrinação como meu ponto de partida, para conseguir ter um compromisso com Deus e Meishu-Sama. Porém, ao perguntar os valores, fiquei desanimado, pois não tinha condições para contribuir. Assim, o líder orientou-me a aprofundar nas práticas básicas, para assim merecer a permissão.

Na última semana da preparação para a peregrinação, o meu antigo chefe ligou e disse-me que tinha depositado 50.000,00 Kz para subsídios de alimentação e transporte; sentindo que aquilo era um milagre, fiz primeiramente os donativos e depois a contribuição para a peregrinação.

Após ter participado da peregrinação, a situação melhorou, mas não tardou voltei a passar por dificuldades.

Certo dia, decidi ir à uma unidade religiosa para participar da marcha de Johrei, quando durante a palestra, senti que estava a ser dirigida a mim. Refleti e cheguei à conclusão de que, como messiânico, não fazia nada dentro do meu local de trabalho,  apenas vivia reclamando. Comecei então a dedicar nos banheiros da empresa e a colocar flores no escritório.

Em meio a essas dedicações, uma empresa que eu prestava serviço, depois de tantos meses, decidiu pagar-me. A minha namorada que também é missionária, orientou-me a fazer com o valor total, um donativo de construção do Solo Sagrado.

Após materializar esse donativo, as coisas ficaram mais apertadas, pois acabei por ficar parado durante 6 meses sem trabalhar, porque na obra que eu fiscalizava, duas crianças se afogaram, o que fez com que parássemos as obras, ficando por esse motivo desempregado.

O meu pai, vendo-me em casa, orientou-me a participar do desafio de orações e dos cultos matinais. Desta vez não retruquei, decidindo aceitar a orientação. No primeiro dia, acordei muito cedo para abrir a Igreja e posteriormente cumprir a orientação, porém para minha surpresa, nesse dia, assaltaram-me levando o telemóvel, próximo da Igreja. Os assaltantes eram muitos, mas mesmo assim, não desisti. As pessoas me perguntavam o que levaram, eu nem conseguia responder, apenas sentia muita revolta. Fiquei decepcionado, pois era o primeiro dia que eu ia participar do desafio e do culto matinal.

Enquanto caminhava, um dos meliantes veio a correr e perguntou-me aonde eu vivia; com medo, respondi que residia mesmo próximo dali e surpreendentemente ele devolveu-me o telefone.

Para além de participar mensalmente com os jovens da região nas dedicações ao Pólo Agrícola do Bom-Jesus, minha namorada, convidou-me para juntos passarmos a ir dedicar mensalmente no Solo Sagrado de Cacuaco, tendo eu aceite. Porém, durante a preparação do Culto às Almas dos Antepassados, ela disse-me algo que me fez refletir bastante: “Desde que começaste a dedicar ligam para ti, fazes entrevistas e depois ficas por aí. Acredito que deve haver algo em ti, que não está de acordo com a vontade Divina!”. De repente ela questionou: “Você não tem abortos?”. Sem vergonha, respondi que tinha e que os havia feito antes de a conhecer. Então orientou-me a fazer um donativo de pedido de perdão, porém ao responder-lhe que não tinha dinheiro, ela falou para não me preocupar.

Um dia antes de irmos ao Solo Sagrado, para a última dedicação do ano, tive a graça de receber alguns valores em dinheiro, aproveitando assim para materializar lá o donativo e fazer o Sorei-Saishi dos espíritos.

Após ter feito isso, tive a seguintes mudanças:

No dia 27 de Dezembro, recebi uma proposta de emprego de uma empresa de construção civil, cuja proposta salarial era muito baixa; mesmo assim agradeci diante do altar com um donativo e fiquei a espera.

No dia 02 de Janeiro, recebi uma ligação do Administrador do município da Gabela na Província do Kwanza Sul, com uma proposta para director de infraestrutura da mesma; salientar que antes já lá estive  e fui ignorado. Voltei a comunicar ao líder Jovem que me orientou a ter calma.

No dia 03, o vice administrador da Quibala ligou-me para informar que fui selecionado para fiscalizar a obra de um ministério.

Quando me preparava para viajar para o Kwanza Sul, uma empresa com escritório no Talatona, ligou-me e voltei a ter uma entrevista de emprego que também fui admitido no mesmo dia, para exercer o cargo de director de produção da mesma no município da Conda; deram-me uma folha e pediram que escrevesse o salário que queria. Escrevi o valor no papel, eles não reclamaram, assinei o contrato de trabalho e já comecei a trabalhar.

Com essa experiência aprendi que, o segredo nos impede de nos ligarmos verdadeiramente a Deus e que a abertura do nosso coração é que nos permite estar preparados para recebermos as graças Divinas.

Agradeço a Deus, ao Messias Meishu-Sama e aos meus Antepassados, pela permissão de conhecer este maravilhoso caminho da salvação.

Muito obrigado!