Meishu-Sama repreendia as pessoas com bom humor, fazendo-as sempre rir. Mesmo assim, as Suas palavras ficavam gravadas no fundo dos seus corações e nunca eram esquecidas.
À mesa, Ele fazia frequentemente observações espirituosas, provocando o nosso riso, o que tornava as nossas refeições muito alegres. Normalmente, Ele mantinha conversas muito instrutivas connosco enquanto comíamos, dava-nos exemplos e contava muitas das Suas experiências na juventude, histórias que desconhecíamos. Isto acontecia mesmo quando havia alguma visita, que costumava escutá-Lo com muito interesse.
Era também bastante imparcial, tratando os filhos e os servidores com igualdade. Ao ministrar Johrei, dava preferência aos que estavam mais necessitados e depois às pessoas mais saudáveis. Talvez por esse motivo era sempre relegada para o fim e recebia, geralmente, apenas dois ou três minutos. Certa vez, após Ele terminar o Johrei, queixei-me de ainda estar com dores de cabeça, ao que Ele respondeu: “Isto vai melhorar em breve”.
Encerrou o Johrei e, de facto, passou mesmo.
Quando era criança e discutia com algum servidor, ia sempre queixar-me a Meishu-Sama, procurando o Seu apoio. Ele dizia: “Muito bem, Eu vou conversar com tal pessoa mais tarde”. Quando a chamava, apenas dizia: “Para todos os efeitos, repreendi-te, está bem?” E ficava só por isso.
Há um provérbio japonês que fala: “Numa luta, ambas as partes devem ser advertidas”. Mas a forma de Meishu-Sama agir, sem se deixar influenciar pelo seu papel de pai, era consolar ambas as partes e não culpar ninguém. A sua postura era pacífica e, nestas situações, era possível perceber o seu imenso amor e bondade, não sentindo raiva de ninguém. Também costumava ser justo, imparcial, mantendo constantemente a calma e nutrindo uma enorme consideração pelas pessoas.
Embora não parecesse um pai muito dedicado, eu podia sentir o Seu grande amor pelo Seu modo de agir. Esta recordação permanece viva dentro da minha memória e deixa-me bastante emocionada.
Sandai Sama
Reminiscências Sobre Meishu-Sama vol. 1