A missão da nossa Igreja é tirar as pessoas das torturas do Inferno e conduzi-las ao Céu, transformando a sociedade num paraíso.
Para que o homem seja conduzido ao Céu, é necessário que ele próprio se eleve, tornando-se um ente celestial, a fim de que, por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso significa pendurar a escada do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau por degrau. É nesse ponto que nossa religião difere das demais, sendo antes o seu oposto.
Todos sabem que os antigos religiosos contentavam-se com o mínimo necessário à sua subsistência. Eles se entregavam a penitências e procuravam salvar o próximo colocando-se numa situação miserável. Isso significa que estavam usando a escada em sentido contrário. O salvador empurrava os necessitados de baixo para cima, ao invés de puxá-los lá do alto; é fácil calcular o duplo esforço exigido. Mas não havia alternativa, visto que, nessa época, ainda não existia a noção do plano do Paraíso.
Naturalmente não havia chegado o tempo, pois a noite cobria o Mundo Espiritual. Entretanto, a partir de 1931, o Mundo Espiritual vem gradualmente se transformando em dia, facilitando a construção do Paraíso na Terra. Sendo Deus o construtor, a obra progride à mercê do tempo, bastando ao homem agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o plano, fiscalizando e utilizando livremente um número considerável de criaturas.
A ideia exata que se pode ter da minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos fiéis sabem perfeitamente que estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte dessa função. Aparecem-me, então, vendedores que me oferecem terrenos em momentos e locais inesperados. Assim que percebo a Vontade Divina de adquirir determinado terreno, surge a quantia requerida, sem que eu empregue o mínimo esforço. Logo a seguir consigo, infalivelmente e à vontade, não só os mais adequados projetistas, engenheiros e construtores, como também o material necessário. Até mesmo uma árvore aparece oportunamente, já existindo lugar apropriado para ela. Às vezes eu me sinto perplexo ao receber árvores às dezenas, de uma só vez. Planto-as estudando o espaço, interpretando a Vontade Divina, e verifico que elas se encaixam maravilhosamente no jardim, sem falhas nem excesso. Sempre que isso acontece, não posso deixar de sentir, claramente, a Vontade de Deus em tudo. Se desejo colocar uma pedra ou uma planta em determinado lugar, recebo-as dentro de um ou dois dias no máximo. O que vem a ser todas essas ocorrências senão milagres? Caso eu começasse a enumerá-los, não acabaria mais. E o que estou dizendo não passa de uma pequena parte do que pretendo expor com o tempo.
Escrevi este capítulo com o objetivo de ajudar os leitores a compreenderem que o homem nada empreende, que ele apenas age sob a Orientação Divina. Pelos fatos relatados, fica bem claro que Deus pretende formar o protótipo do Paraíso como início do advento do Paraíso Terrestre. Mas isso não é o bastante. Compete a cada homem tornar-se um ente celestial, e é chegado esse momento. Naturalmente, seu lar será paradisíaco e todos os componentes da família virão a ter uma vida celestial. Somente assim poderão ser salvas as pessoas que sofrem no “inferno”.
Daí a razão por que aconselho os fiéis a criarem uma vida sem sofrimentos, que é a Vontade do Altíssimo. Enquanto o homem não conseguir eliminar as três desgraças – doença, pobreza e conflito – não poderá ser salvo. Isso era impossível na Era das Trevas, mas hoje é possível. Terminou a época de sofrimento a que se referiu Sakyamuni. Se os leitores compreenderem o sentido desta verdade, sentir-se-ão dominados por uma alegria infinita, ainda desconhecida na experiência da humanidade.
Meishu-Sama, em 5 de Outubro de 1949
Coletânea de Ensinamentos de Meishu-Sama, Fé no Quotidiano, página 59