ENSINAMENTO DO DIA 13 DE OUTUBRO DE 2020
Entre as questões relacionadas à vida humana, nenhuma é tão séria quanto a morte. Embora todos saibam disso, não existe nada tão inexplicável. Eu cheguei a uma conclusão a respeito da morte, depois de longos anos de experiências próprias e estudos em todas as áreas, incluindo diversas religiões, experiências parapsicológicas no Ocidente etc. Começarei minha explanação falando sobre a constituição humana.
O ser humano não é apenas a matéria que constitui o corpo físico, como afirmam os cientistas. Conforme já disse em outras ocasiões, ele é formado de espírito (elemento fogo) e corpo físico. Este, por sua vez, compõe-se dos elementos água e terra. Entretanto, apenas com estes dois elementos, o ser humano não consegue atuar como um ser vivo. Juntando-se a eles o espírito, ou seja, o intangível elemento espiritual, é que a atividade vital passa a ocorrer. O espírito assume, então, a forma do corpo material da pessoa.
Denomina-se de morte o momento em que o elemento espiritual separa-se do corpo físico. E por que ocorre a separação? Porque existe uma ordem natural que leva à separação quando o corpo físico, seja por velhice, doença, ferimento, hemorragia intensa etc. fica impossibilitado de ser utilizado. Com a morte, o corpo começa a esfriar. O fato de o sangue se coagular em determinado local é devido ao esfriamento decorrente da perda do elemento espiritual, isto é, do elemento fogo.
O que sucede, então, com o elemento espiritual? Ele vai para o Mundo Espiritual com a forma exata do corpo físico. A esse respeito li, há algum tempo, o relato de uma experiência vivida no Ocidente. Como se trata de um exemplo bem ilustrativo, vou reproduzi-lo a seguir.
Certa vez, fitando um doente prestes a morrer, uma enfermeira observou que, de sua testa, começou a subir uma fumaça esbranquiçada como se fosse vapor d’água, a qual se tornava cada vez mais densa. A princípio, essa fumaça tomou o formato de uma esfera no espaço, mas gradualmente foi adquirindo a forma de um corpo humano; por fim, assumiu as mesmas características físicas da pessoa em vida. O espírito permanecia a uma distância de aproximadamente um metro acima do corpo e parecia querer dizer alguma coisa aos familiares, que choravam à sua volta; logo, porém, virando-se para o lado da janela, saiu flutuando vagarosamente do quarto e desapareceu.
Em geral, o espírito se desprende do corpo por um dos três locais: pela testa, pela região umbilical ou pelos pés. A propósito, no caso de morte por explosão, por exemplo, instantaneamente ele se espalha em todas as direções, na forma de inúmeras partículas. Logo depois, volta a se unir e reassume a forma do corpo humano, não diferindo, assim, nem um pouco da morte por doença.
Quando os espíritos se deslocam, por vontade própria, para determinado local, tomam a forma esférica para percorrer o espaço. O fenômeno hitodama70 visto por algumas pessoas refere-se a isto. Com relação à visão da enfermeira de quem falamos, trata-se de uma capacidade excepcional; aliás, existem pessoas que já nasceram com essa capacidade, e outras que a adquiriram por meio de treinamento. Em nosso país, desde a Antiguidade, registram- se casos verídicos desse tipo, e eu mesmo já tive inúmeras oportunidades de deparar-me com esses médiuns. Outrora, conheci uma senhora que tinha um extraordinário dom de clarividência, o qual me foi de grande valia nas experiências que realizei.
1939
Alicerce do Paraíso vol. 3
70 Hitodama: fenômeno do surgimento de bolas de fogo, conhecido como fogo-fátuo, interpretado popularmente como espírito de pessoas desencarnadas.