Sou um Cientista em Religião  – 1ª Parte

"Se eu, um religioso, disser que sou também cientista, todos estranharão, mas estou certo de que, ao término desta leitura, hão de concordar..."

Se eu, um religioso, disser que sou também cientista, todos estranharão, mas estou certo de que, ao término desta leitura, hão de concordar comigo.

Sempre digo que a Ciência actual ainda está num nível muito baixo, nem podendo ser considerada como Ciência. Sua importância reside, sem dúvida, na descoberta e no estudo de corpos microscópicos. É claro que isso se deve ao aperfeiçoamento do microscópio, graças ao qual o avanço nesse estudo é impressionante. Conseguem-se distinguir corpúsculos extremamente pequenos, frações da ordem de um milésimo, milionésimo ou bilionésimo. Trata-se de um avanço contínuo, chegando-se ao extremo do microscópico; actualmente se está quase prestes a entrar no mundo do infinito. A palavra essência, muito empregada ultimamente, deve estar indicando esse mundo.

É evidente que o conhecimento do mundo do infinito não se deve a experiências de natureza científica; entretanto, ao aprofundar-se nos estudos científicos, o homem levantou uma tese hipotética sobre ele, baseada na dedução. Se não fosse assim, acabar-se-ia num beco-sem-saída. Ora, o mundo a que nos referimos é justamente o Mundo Espiritual, o que significa que a Ciência, finalmente, está chegando ao lugar certo. Dessa maneira, deixando de lado os subterfúgios, ela, que por tanto tempo insistiu em negar a existência do espírito, acabou derrotada. Caso venha a apreender essa essência, que é o espírito, com precisão, elevar-se-á a um nível mais alto e terá dado mais um passo em busca da Verdade. Sendo assim, tomará como objeto de seus estudos o espírito e não mais a matéria, de modo que a ciência que até agora raciocinava com base na matéria será considerada como ciência da primeira fase, e a ciência baseada no espírito, como ciência da segunda fase. Com isso haverá uma mudança de cento e oitenta graus no rumo da Ciência, harmonizando-se com a Religião. Em termos mais claros, será traçada uma linha demarcatória no mundo científico: a ciência da matéria ficará situada abaixo, e a ciência do espírito acima. Esta é uma visão no sentido vertical; no sentido horizontal, a primeira seria a parte externa, e a segunda, a interna ou conteúdo. Em outras palavras, significa que haverá uma evolução da ciência do concreto para a ciência do abstracto, o que é realmente motivo de alegria.

Jornal Eikô nº 2557 de abril de 1954

Alicerce do Paraíso vol. 1

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