O Que é Uma Nova Religião 2ª Parte

(…)Não creio que as pessoas da actualidade sejam completamente destituídas de sentimento religioso, mas o facto é que, vendo pelo ponto de vista da modernidade, não existem muitas religiões que lhes inspirem confiança. Se houvesse alguma, elas certamente a seguiriam, e afirmo isto por experiência própria. Na verdade, é grande o número daquelas que buscam uma religião assim. Não obstante, não a encontrando, permanecem descrentes, por não terem alternativa. Em contrapartida, uma vez que a ciência satisfaz os anseios humanos, de forma rápida e visível, é natural que fiquem à mercê dela. Por essa razão, acho que não podemos censurar os descrentes.

Aqui, porém, existe um problema. Muitas vezes, surgem questões que nem a ciência, na qual se tem tanta confiança, nem a própria religião conseguem resolver, e as criaturas caem num dilema. Depois, por falta de qualquer perspectiva, alguns intelectuais acabam tornando-se cépticos, outros perdem as esperanças, vivem apenas para o momento presente ou ficam completamente perdidos; outros, ainda, em melhores condições financeiras, entregam- se aos prazeres mundanos. Este é o panorama atual da nossa sociedade. A ideia preconcebida de que não aparecerá ninguém que supere os grandes líderes religiosos da história contribui ainda mais para aumentar a desesperança das pessoas. Dentre estas, as que estão um tanto quanto resignadas e distantes da realidade, vivem estudando doutrinas antiquadas. Em suma, o pensamento contemporâneo está totalmente confuso, e ninguém sabe que rumo tomar.

Rompendo a escuridão que envolve o mundo, eis que surgiu a Igreja Messiânica, que, ousadamente, tece duras críticas a todos os setores da cultura estabelecida, apontando, uma por uma, suas falácias, ensinando como deve ser a verdadeira civilização. E como essa força de actuação está sendo manifestada continuamente, podemos afirmar, com absoluta imparcialidade, que nossa Igreja é a maravilha do século XX. Tal afirmação fundamenta-se naquilo que sempre digo: o mundo, até agora, estava na Era da Noite, em que havia apenas o ténue luar como fonte de luz. Contudo, como surgiu a luz do Sol, todas as coisas desnecessárias e prejudiciais, invisíveis até hoje, começaram a vir à tona. Eis o significado da expressão “Luz do Oriente(19)”, empregada desde os tempos antigos. Atualmente, estamos atravessando a fase da aurora; com o passar do tempo, aos poucos, o Sol chegará ao seu zénite e iluminará o mundo inteiro.

Seguindo esta lógica, tudo o que venho apresentando são teorias desconhecidas por todos até o presente. Em função disso, elas causam espanto e ainda há até quem as interprete erroneamente. como o mundo esteve na Era da Noite durante longo tempo, não é de se admirar que os olhos de todos tenham se acostumado à escuridão e fiquem ofuscados ante a repentina revelação da Cultura do Dia. Existe, no entanto, um problema: uma vez chegado o Mundo do Dia, Deus conservará da Cultura da Noite aquilo que tiver utilidade e o que não for útil, fatalmente será abandonado(20). Além do mais, sendo a luz do Sol sessenta vezes mais intensa do que o luar, até os casos de doenças não identificadas ou consideradas incuráveis, serão facilmente solucionados. Os factos evidenciados diariamente por meio do Johrei de nossa religião mostram isso nitidamente. Explicando melhor, diria que assim como a Lua perde o brilho diante do fulgor do Sol, a civilização passará por uma grande mudança.

Com o que acabo de dizer, creio que compreenderam o quanto nossa religião representa um grandioso empreendimento.

8 de abril de 1953

Alicerce do Paraíso vol. 2

(17) Título anterior: “O que é uma religião nova”.

(18) Novas religiões: Denominação utilizada para religiões que surgiram no Japão a partir do século XIX e são relativamente novas se comparadas com as

religiões tradicionais como budismo, xintoísmo, judaísmo, cristianismo, islamismo etc.

(19) Luz do Oriente: Refere-se a uma profecia surgida na Ásia Central, por volta do século I, que fala da vinda de um Messias, senhor da paz, que viria do Leste para salvar a humanidade.

(20) Nota: Meishu-Sama utilizou uma palavra correspondente ao termo aufheben frequentemente utilizado pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770–1831). Aufheben ou aufhebung é uma palavra alemã com vários significados aparentemente contraditórios, incluindo “erguer”, “abolir”, “preservar” e também “cancelar” ou “transcender”.

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