Chamo-me Rita Severino Joaquim, tenho 39 anos de idade, resido no Bairro do Cabouqueiro, Província do Cuanza-Sul, sou missionária e dedico actualmente como Vice-responsável do Johrei Center do Sumbe.
Tive permissão de conhecer a Igreja Messiânica Mundial em 2001, por intermédio do meu saudoso esposo, a quem tenho profunda gratidão.
O motivo que me levou a conhecer esta grande escola da salvação foi a doença que assolou a minha filha primogénita, que esteve internada no hospital durante 15 dias, mas sem registar melhorias.
Fomos forçados a retirar a criança do hospital pelo facto de não dispormos de dinheiro para cobrir as despesas médicas, pois o médico deu-lhe alta com a recomendação de regressarmos assim que conseguíssemos o valor para cobrir a receita médica e pagar o tratamento. Assim que chegamos em casa a doença da criança agravou-se.
Nesse quadro de sofrimento, fui encaminhada ao Núcleo de Johrei do Sumbe. Após o plantonista verificar o estado da menina, fizemos o Auto-Exame da Fé e donativo que o próprio missionário fez. Como o estado da menina era muito grave, orientou-me a fazer primeiramente as análises, e só depois devia receber assistência religiosa.
Feitas as análises foi detectado paludismo em estado avançado, febre tifoide e 4 de hemoglobina. Apresentei o resultado ao responsável, que materializou um donativo especial pela purificação, novamente com o seu próprio dinheiro, pois eu não aceitei materializar donativo por achar, que era mais uma igreja que surgiu para ludibriar as pessoas com práticas supersticiosas. Depois disso, orientou-me as práticas básicas da salvação nomeadamente:
- Receber 10 Johrei por dia;
- Montar a horta caseira;
- Manter a flor de luz em casa;
- Participar das dedicações programadas pela igreja;
- Agradecer pela situação que estava a passar.
Neste dia, eu e minha filha recebemos bastante Johrei e em menos de 24 horas o quadro de saúde dela melhorou significativamente.
No terceiro dia, antes de receber Johrei o responsável orientou-me a fazer novas análises. Asim o fiz e constatou-se no resultado que o paludismo, a febre tifóide, bem como a hemoglobina baixa melhoraram. De realçar que, em 8 dias de recebimento de Johrei a hemoglobina subiu de 4 para 14, minha filha defecou um bicho que se parecia a um caracol, a partir daquela altura o quadro de saúde dela melhorou consideravelmente. Na altura tinha 8 meses de vida, hoje tem 18 anos de idade e apenas vive do Johrei ou seja desde aquela data, eu e os meus três filhos passamos apenas a viver do Johrei.
Com o restabelecimento da saúde da minha filha, reiniciei as minhas actividades de venda de fuba no mercado, mas antes de partir para os negócios ia sempre à nave dedicar no período da manhã. Para o meu espanto, as vendas também melhoraram, começava a vender as 13 horas e terminava as 16 horas, ainda assim, nesse curto espaço de tempo, vendia cerca de 50 quilogramas de fuba, ao passo que as minhas colegas que iniciavam as suas vendas as 7 horas até ao final do dia, vendiam apenas 25 quilogramas no máximo e geralmente terminavam de vender esta quantidade no dia seguinte.
Facto que criou uma enorme revolta nelas, dizendo que tinha recebido feitiço, pois achavam impossível, eu chegar ao meio dia e vender o dobro do negócio que elas vendiam. Praticava regularmente o dízimo, o donativo de gratidão pelo Johrei que recebia. De realçar, que além de melhoramento da minha filha e dos meus negócios, a fome que assolava a minha família desapareceu, passamos a ter as três refeições diariamente, coisa que antes não acontecia, meu esposo também ganhou a permissão de obter um emprego condigno. Como gratidão eu e ele tornamo-nos membros no mesmo ano, para retribuir as graças e melhor servir na Obra Divina.
A experiência de fé que passo a relatar está relacionada com a importância de peregrinarmos aos Solos Sagrados.
Em 2014 tivemos a permissão de receber a visita de um ministro, que realizou o Culto Mensal de Gratidão na nossa unidade. Depois do culto teve aprimoramento para responsáveis e missionários, onde falou sobre a importância de peregrinarmos aos Solos Sagrados do Japão, Brasil e Tailândia respectivamente. Na ocasião, ele perguntou:
– Quem quer peregrinar a estes Solos Sagrados?
Todos os presentes manifestaram o desejo de peregrinar, inclusive eu. Porém, ele continuou:
– Quem entre vocês já possui passaporte?
Ninguém manifestou-se, pois nenhum de nós possuía passaporte, com isso ele continuou, falando das condições espirituais e matérias necessárias para peregrinarmos e orientou-nos a tratar já o passaporte.
Eu tinha um grande sonho de peregrinar à um destes Solos Sagrados, porem nunca acreditei que um dia fosse conseguir materializar esse sonho, devido a minha condição financeira.
Tempos depois, recebemos outra visita, que voltou a falar sobre a importância de peregrinarmos aos Solos Sagrados e no final do aprimoramento oramos juntos, cada um firmando o seu compromisso com Deus e Meishu-Sama de peregrinarmos a estes locais sagrados. No final, conversei com ela sobre o meu sonho de peregrinar e contei-lhe das minhas condições financeiras que tornavam impossível a materialização deste sonho. Foi então que ela me disse:
– O principal não é o dinheiro mas sim o Makoto.
E juntas oramos reafirmando o compromisso de peregrinar haja o que houver.
A partir de 2015 comecei a me preparar material e espiritualmente para materializar o sonho de peregrinar, aprofundei cada vez mais nas práticas básicas da fé, essencialmente na prática do altruísmo, através do encaminhamento e acompanhamento de outras pessoas. Materialmente tratei o passaporte, comecei a fazer uma poupança mensal de 70 à 80% do meu ordenado priorizando os outros 20 à 30% para materializar o dízimo e adquirir mantimentos básicos de casa. Durante esse período eu e meus filhos enfrentamos momentos de muitas dificuldades para suprirmos as necessidades da família, já que meu esposo falecera um ano antes. Diante da dificuldade tentava supri-la recorrendo a poupança que estava fazer para peregrinar, mas para o meu espanto os meus filhos não permitiam pois eles diziam que eu precisava peregrinar custe o que custar. Ainda ao longo deste período haviam muitas pessoas entre os fiéis e missionários que julgavam que estava a castigar os meus filhos de fome, diziam ainda que em vez de pensar em me aventurar, deveria terminar a construção da nossa casa e habitarmos numa casa mais condigna. Fui sentindo-me muito triste com esses comentários, diante dessa turbulência pedi orientação ao Ministro, que orientou a manter-me firme com o sonen dirigido a Deus e Meishu-Sama. Também conversei com os meus filhos, perguntei-lhes o que achavam desses comentários, eles no entanto davam-me forças, coragem para prosseguir firme com o desejo de peregrinar.
Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama, ao fim de três anos de contínua preparação, consegui reunir todos os requisitos necessários para peregrinar ao Solo Sagrado de Guarapiranga, no Brasil. Fiz a inscrição para a viagem e recebemos a tarefa de intensificarmos a preparação. Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama, no passado dia 24 de Outubro do corrente, ano ganhei a permissão de peregrinar ao Solo Sagrado de Guarapiranga, fui integrante de uma comitiva de 39 caravanistas provenientes de diversos pontos do país e do continente africano. Antes de subir o avião, liguei para os meus filhos para me despedir deles, no entanto quem atendeu foi um parente e disse-me que meus filhos estavam a brigar fortemente entre si, entraram em pancadarias uns com os outros, com promessas de mortes. Coisa que nunca aconteceu até antes de ter peregrinado. Agradeci pela purificação, percebi que aquilo era manifestação dos meus antepassados.
Assim que desembarcamos em São Paulo, senti muitos arrepios, que continuaram durante a viagem de autocarro para Guarapiranga. Ao chegar no portão do Solo Sagrado senti uma emoção inexplicável, muitas lágrimas começaram a brotar dos meus olhos, não sei se chorava de dor ou de alegria, mas a medida que chorava o nó se desatou no meu peito e fui sentindo-me muito aliviada! De realçar, que antes sentia muita mágoa de algumas pessoas, que me difamavam e acusavam-me como sendo a culpada de coisas ruins que aconteciam, faziam comentários negativos a meu respeito, por causa disso vivi na sombra da dor provocada por tais comentários. Porém, fui sentindo-me mais aliviada a medida que fomos dedicar e visitar os vários pontos atrativos, do Solo Sagrado tais como o Templo Messiânico, as lindas paisagens, a fauna, a praça do amor, a praça da felicidade, os aviários e as zonas da prática da Agricultura Natural do Polo Agrícola de Ipeúna. A medida que visitamos cada um destes locais, sentia-me mais leve e descontraída, ao voltar para casa senti-me uma pessoa melhor do que era antes, gritava tanto com as crianças hoje já não o faço, ganhei mais disposição para servir.
Com a vossa permissão, passo a relatar a grande proteção que meus filhos receberam enquanto eu dedicava no Solo Sagrado de Guarapiranga:
- Dois dias depois de chegarmos ao Brasil, de repente senti um calafrio e senti-me mal disposta sem saber o motivo. Ao regressar para Angola entendi a razão daquele pressentimento que tive meu filho cassule estava na iminência de morrer electrocutado!
Assim que cheguei em casa, os vizinhos vieram saudar-me e contaram que enquanto estava no Solo Sagrado do Brasil o meu filho de 8 anos em companhia dos amigos estavam a brincar às escondidas de noite, enquanto decorria as suas brincadeiras, pegou no poste de energia, o qual tinha um fio descarnado, foi atraído pela eletricidade e ficou colado no referido poste. O menino gritou por socorro durante alguns instantes, mas os amigos e as vizinhas que ouviam seus gritos pensaram que fosse brincadeira dele. Meu filho continuou colado no poste de energia perdeu os sentidos e já não conseguia mais gritar, depois de algum tempo os vizinhos perceberam que ele parou de gritar e curiosos dirigiram-se para o local onde o menino estava. O encontraram colado no poste, com o corpo enrijecido e com os olhos para fora. Ao deparar-se com o menino naquele estado concluíram que ele morreu electrocutado e puseram-se a chorar. O menino, no entanto, continuou colado ao poste, pois as vizinhas tinham medo de tocar nele sob pena de ficarem eletrocutadas também. Assim que uma das minhas filhas ouviu os choros das vizinhas dirigiu-se imediatamente para o local e percebeu que as pessoas que choravam, citavam o nome do seu irmão. Angustiada, a menina apressou-se, atirou-se em desespero e tirou o irmão do poste. Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama minha filha conseguiu tirar o irmão que estava preso na energia sem ser atraída também. Ambos caíram no chão mas o menino continuou inconsciente. A menina levou o rapaz para a casa, diante do altar do lar orou pedindo a Meishu-Sama que salvasse a vida de seu irmão. Orou e ministrou Johrei, os vizinhos adultos no entanto continuaram convencidos de que o menino havia morrido electrocutado. Depois de algum tempo de Johrei, minha filha percebeu que o menino estava a respirar fundo e espantada gritou:
– Ele está a respirar!
Os vizinhos aproximaram-se do menino e constataram que realmente ele retomou a respiração, graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama apesar de o menino ter ficado quase quatro minutos colado ao poste de energia, foi salvo do perigo sem contrair nenhuma sequela, o corpo que estava enrijecido e os olhos para fora voltaram ao normal, ainda assim os vizinhos não acreditaram no que estava acontecer e levaram o menino para o hospital, lá o médico fez uma simples revisão e constatou que o meu filho estava são e salvo! Acredito piamente que meus filhos foram salvos deste perigo graças a minha peregrinação, caso não fosse teria recebido um golpe fatal, a perda dos meus filhos. Pois quando alguém cola na energia, apenas um minuto é suficiente para ficar totalmente electrocutado. Mas, meu filho permaneceu por mais tempo, graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama saiu ileso, facto que admirou bastante os vizinhos que perguntaram que segredo tinha a nossa Igreja e despertaram para o poder do Johrei, os seus amigos também ficaram bastante admirados e felizes pela proteção do menino e o apelidaram de Eletricista.
Com essas experiências, aprendi que peregrinando aos Solos Sagrados a Luz de Deus emanada de lá, ilumina as nossas raízes mais profundas, nossa aura se expande e ganhamos permissão de sermos salvos.
O meu compromisso é empenhar-me de corpo e alma no servir, cuidar de outras pessoas com amor e carinho, juntamente com elas peregrinar os Solos Sagrados do Japão e da Tailândia. Comprometo-me ainda em limpar constantemente o meu interior para corresponder à vontade divina.
Com a permissão de Deus e Meishu-Sama formei 166 pessoas, tenho altar do lar, cuido de 20 famílias, participo na construção dos locais de luz com donativos, faço dízimo, donativos especial, tenho horta caseira.
Agradeço profundamente a Deus e Meishu-Sama pela protecção e permissão de servir. Minha gratidão é extensiva aos ministros pelo amor, apoio que me deram e me têm dado no cumprimento da minha missão, bem como a todos membros e frequentadores pelo empenho e obediência.
Muito Obrigado!