Chamo-me Francisco e Silva da Graça, sou missionário e dedico como responsável do Núcleo de Johrei de Neves. Conheci a Igreja Messiânica Mundial na República Federativa do Brasil no ano 1992, por intermédio da minha esposa, a missionária Maria da Conceição Ramos e Silva e fui outorgado em 3 de Janeiro de 1993 no Estado de Salvador da Baia – Brasil.
Os motivos que me levaram a conhecer a Igreja Messiânica Mundial foram doença, conflito e dificuldades financeiras.
No tocante a doença, tudo começou quando em 1986 como estudante bolseiro no Brasil, comecei a ser acometido por mal-estar permanente. Mesmo tendo feito várias consultas médicas e ingerindo vários medicamentos não encontrava melhorias, passando mais tempo no hospital da universidade do que nas salas de aulas. Mediante um problema de saúde que nunca se detectou a causa, recorri aos curandeiros e diversas igrejas que também não deram em nada, colocando-me num beco sem saída.
Para agravamento do meu sofrimento, as dificuldades financeiras surgiram com custos dos medicamentos, alimentação e a renda de casa que ultrapassavam o montante que recebia da bolsa de estudo. Com esposa e filhos que também passavam pela mesma situação, vivia um inferno autêntico.
Foi nesse quadro que fui encaminhado à Igreja Messiânica Mundial do Brasil. Ao chegar, fui recebido pelo responsável, Ministro Chiquinho, (saudoso Reverendo Francisco Jesus Fernandes) que depois de ouvir atentamente o meu problema, me orientou as práticas básica da fé messiânica. Empenhando-me no cumprimento dessas orientações, em uma semana de frequência e recebimento de Johrei constante, os sofrimentos foram desaparecendo, ganhei uma nova vida. Como retribuição da graça recebida de Deus e Meishu-Sama, em Janeiro de 1993 tornei-me membro.
A experiencia de fé que venho compartilhar com os senhores, está relacionada com o milagre vivenciado após participar numa dedicação na Sede Central de São Tomé e Príncipe em Palmar.
De acordo com a programação de plantão na Sede Central em palmar por unidades, na terça-feira dia 22 de Janeiro deste ano, os fiéis do Núcleo de Johrei de Neves dedicaram no cumprimento desse plantão.
Foi uma dedicação marcada pela entrega dos fiéis da unidade que, não mediram esforços de cumprir a orientação. Foi-nos atribuído a tarefa de capinar um local onde havia muito capim e o que me chamou muita atenção foi o silêncio que reinou na dedicação durante 30 minutos, dando impressão que durante esse espaço de tempo cada um estava comunicando com a terra, impregnando seus sentimentos. Depois da dedicação oramos e cada um regressou às suas casas.
No dia seguinte, ou seja, na quarta-feira da mesma semana, durante a preparação para o Culto Matinal no núcleo, alguns fiéis que participaram na referida dedicação relataram as purificações que tiveram e as graças que receberam, depois de participarem nessa dedicação.
No momento do culto, subi ao altar, dirigi a oração, quando terminei, senti uma ligeira dor no joelho direito.
Posto no banco, repentinamente o joelho inchou-se acompanhado de muitas dores, e mal-estar. Comecei a sentir vontade de vomitar e de diarreia, ao ponto de ver-me obrigado a recorrer a um banco do fundo da nave, denominado pronto-socorro, para receber Johrei.
Com recebimento de Johrei as dores foram cessando e na manhã da quinta-feira, as dores no joelho cessaram. Mas, logo a seguir, fui acometido de fortes dores de dentes com sensação de que estavam me arrancando cada um deles. A situação foi-se prolongando que, até para comer era um Deus me acuda porque não podia mastigar, falar era outro sofrimento porque assim que a língua tocasse nos dentes a dor era insuportável.
Foi nesse sofrimento que por volta das 23 horas de domingo, recebi um telefonema e para a minha surpresa era uma das minhas filhas de nacionalidade brasileira, actualmente com 34 anos de idade. Essa filha foi fruto de um relacionamento que acabou em separação deixada sob cuidado da mãe. Durante pouco mais de 30 anos, não tive contacto com esses filhos, permanecendo desconhecidos um dos outros, por mais que buscasse esse contacto não o conseguia.
Ao ouvir a voz do outro lado da linha, se identificando e perguntando se estava tudo bem comigo, não tinha outra coisa a dizer senão que estava bem, com apenas umas dores de dentes que naquele momento me incomodava. Conversamos por longo tempo e pude receber dela relato da sua vida, dos seus projectos para 2019, seus planos para vir a São Tomé visitar-me. Apenas consegui lhe perguntar:
– Você não tem vontade de me zangar por tudo que aconteceu no passado?
Ela voltou a me surpreender respondendo:
– Papai, o que passou, passou. Tudo que aconteceu foi porque tinha que acontecer. Bola para frente. Não adianta falar do passado. Quem garante que se o senhor estivesse aqui no Brasil não teria acontecido o mesmo. A vida tem dessas coisas. O importante é o senhor não viver com o sentimento de culpas.
Respirei fundo e disse para mim mesmo: “Que alívio!” Foi como se tivesse tirado um fardo muito grande da minha consciência ao ouvir aquelas palavras. Apesar de estar a sentir dores, a conversa terminou com vontade de continuar.
Aprendi que dedicar na Sede Central do Palmar é ganhar a permissão de purificar para receber grandes graças.
Meu compromisso é esforçar-me para participar e levar muita gente à aquele lugar de maior Luz.
Aos ministros, o meu muito obrigado pelas orientações e paciência que têm tido comigo.
Aos fiéis de Neves que são meus grandes professores, a minha eterna gratidão.
Muito obrigado.