Senso de Justiça – 2ª Parte

[…]Se uma lógica tão evidente como essa deixasse de ser percebida pelas pessoas com baixo nível de instrução, ainda seria compreensível; mas o que dizer das pessoas cultas e ilustres, de alta reputação e fama? Isso se verifica porque elas enxergam apenas a parte exterior do Mundo Material e desconhecem o fundamental Mundo Espiritual, que está na parte interna. Consequentemente, tentam “espremer” uma inteligência que não possuem e se esforçam para enganar as pessoas, achando que isso é ser esperto. Por esse motivo, podemos dizer que tais pessoas são dignas de piedade.

A prova disso está nos resultados que são sempre o inverso. Mesmo assim, não percebem que, na realidade, as coisas não lhes correm bem. Independentemente da classe social, pensam assim e, portanto, só tendem a crescer o número de criminosos e a insegurança social. Assim sendo, alguém, por mais que deseje realizar algo de útil na actual sociedade, encontra obstáculos que o levam ao fracasso. Apesar de seus esforços, passa por grandes dores em vão. Por vezes, acaba sendo alvo dos jornais ou acções judiciais.

Considero as pessoas às quais me referi como um “grupo de pessoas estúpidas-espertas” e tenho me esforçado o máximo com o desejo de despertá-las a todo custo. Para isso, evidentemente, não há outro recurso senão fazê-las reconhecer a existência de Deus, o que também tem sido muito difícil. Isto porque, na actualidade quanto mais alta a posição social, pensa-se que o ateísmo é uma condição para alguém ser considerado culto. Desse modo, para fazer com que elas compreendam realmente, devemos criar uma oportunidade a m de que possam presenciar os milagres. Eis por que, fazendo uso do poder que me foi concedido por Deus, actualmente tenho manifestado surpreendentes milagres e sinto-me feliz em saber que, nalmente, esse facto está sendo reconhecido pela sociedade.

Explicando melhor o princípio acima exposto, a justiça em si é o próprio Deus, e a maldade é o próprio Satanás; portanto, Deus é a justiça, e Satanás, a maldade. Em sua essência, Deus aprecia a felicidade, e Satanás, a desgraça. Por essa razão, a felicidade ou a infelicidade do ser humano dependem da sua maneira de pensar. Portanto, o fundamental é compreender essa verdade do fundo do coração.

Por esta razão, ninguém poderá ser feliz se não se fundamentar no senso de justiça. Vemos, portanto, que não há nada mais prejudicial que o mal. Costumo sempre afirmar: “Pessoa má, teu nome é tolice.” Se as pessoas compreenderem essa verdade, poderão, a partir de agora, percorrer o caminho da felicidade. Entretanto, para isso ocorrer, existe uma condição. Quando se fala em justiça, existem dois tipos: a não verdadeira e a verdadeira.

A primeira é a justiça menor, de interesses individuais; a média, não sendo verdadeira, se interessa prioritariamente pelo próprio grupo social e nação. Todavia, a segunda é a justiça ampla, que é a verdadeira e tem a humanidade como prioridade.

Por exemplo, a fidelidade aos pais e ao imperador, no fundo, possui um princípio egoístico, constituindo a justiça não verdadeira. O Japão foi derrotado na recente guerra, porque se baseou em uma justiça não verdadeira, que visava apenas ao próprio benefício. Somente a justiça ampla, que objetiva benefícios para o mundo inteiro, é que proporciona a eterna prosperidade. Esta é a verdade. Evidentemente, o mesmo pode ser dito em relação à Religião. O actual declínio das grandes religiões como o budismo e o cristianismo é porque, embora pareça que actuavam com ampla justiça, incorreram em algumas falhas das quais ambas não tinham compreensão até então.

No entanto − e todos nossos féis sabem disso −, a Igreja Messiânica tem por lema a construção do Paraíso Terrestre, isento de doença, pobreza e conflito, e sua verdadeira intenção é beneficiar a humanidade. Em outras palavras, isso significa que ela é a realizadora da verdadeira e ampla justiça.

Jornal Eiko no 240, 23 de dezembro de 1953

Alicerce do Paraíso vol. 5

Título anterior: “Espírito de justiça”.

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