Desde a antiguidade, todo ser humano almeja a felicidade, por ela ser seu primeiro e último objectivo. Apesar de todo esforço, estudo e aperfeiçoamento para alcançá-la, quantas pessoas a conquistaram de fato? Não obstante essa constante busca, a maioria permanece desafortunada. A realidade é que as pessoas em geral acabam deixando este mundo, sem desfrutar da alegria de ver a felicidade concretizada.
Será, então, a felicidade algo tão difícil de se conseguir? Devo dizer que não. Todos sabem que a base da felicidade está na solução de três grandes problemas: doença, pobreza e conflito. Porém, como diz o ditado “Falar é fácil, fazer é difícil”, a maioria das pessoas acaba se resignando.
Em tudo na vida, para cada efeito, existe uma causa. Evidentemente, a felicidade não foge a esse princípio. Sendo assim, o primeiro passo para resolver esse problema seria conhecer a causa. No entanto, como ele não consegue conhecer a causa, obviamente, é impossível concretizar a felicidade, a despeito de todo o esforço realizado. Então, qual será a causa da infelicidade? Vou esclarecê-la. Desde os tempos antigos, dizem: “O bem produz bons frutos e o mal, maus frutos.” Realmente, é uma verdade eterna. A partir desse princípio, o empenho em fazer o próximo feliz deveria ser a condição essencial para se alcançar a própria felicidade. O mundo, entretanto, está repleto de pessoas que buscam a felicidade apenas para si, indiferentes à infelicidade alheia.
É realmente uma tolice querer colher felicidade semeando a infelicidade. É como a água numa bacia: se a empurramos, a água vem para nós; se a puxamos, ela se afasta.
É nesse ponto que se vê o quanto a Religião se faz necessária para a humanidade. A essência do amor cristão e da compaixão búdica é cultivar o sentimento altruísta de tornar o próximo feliz. Contudo, o ser humano dificilmente tem consciência de uma verdade tão simples.
Para tanto, as divindades estabelecem diversas doutrinas, indicam critérios quanto à maneira correcta de pensar, falar e agir, ensinam a existência do invisível e, por meio de seus representantes, conduzem as pessoas a uma fé verdadeira e sincera. No entanto, não é nada fácil salvar mesmo uma única pessoa. Isso é muito compreensível, uma vez que as pessoas em geral estão arraigadas no pensamento materialista por terem recebido uma educação que não acredita no invisível e dificilmente demonstram interesse no assunto. Passam a vida sofrendo, vagando em meio às trevas da desilusão e, no final, se tornam viajantes de uma jornada sem retorno. Realmente, a vida é sem sentido para a maioria.
Se houver um meio de elas se tornarem verdadeiramente felizes em sua vida terrena, desfrutando de alegria, paz interior e vida longa, o mundo será realmente um paraíso em que a vida faz sentido. As pessoas em geral, resignadas, talvez pensem: “Não tenho como ser feliz em um mundo cheio de sofrimentos, como este.” Entretanto, nós afirmamos que existe um segredo para se tornar feliz, e ofereço a presente publicação como um guia para revelá-lo.
1 de dezembro de 1948
Alicerce do Paraíso Vol.3