Pessoas Medrosas

Observando o trabalho que estou realizando actualmente, as pessoas sempre se mostram espantadas, dizendo que me acham realmente audacioso e que tudo o que faço é baseado em concepções grandiosas. Concordo plenamente com elas. Uma vez que desejo salvar a humanidade e construir um mundo sem doença, pobreza e conflito bem como transformar este mundo em paraíso, é natural que as pessoas comuns considerem que isso não passa de uma megalomania. De facto, eu também me surpreendo com meus planos grandiosos e com a minha convicção na sua concretização.

Quando eu era jovem, nunca cheguei a pensar em planos tão extraordinários. Dos quinze aos vinte anos mais ou menos, eu era muito mais medroso que qualquer outra pessoa. Sem nenhuma razão aparente, tinha pavor de me encontrar com desconhecidos. Quando achava que a pessoa era um pouco mais importante, nem conseguia falar direito com ela. Diante de moças, eu enrubescia, minha visão escurecia e eu mal conseguia olhar para seu rosto ou lhes falar. E isso me deixava em um estado de profundo pessimismo. Consequentemente, ficava muito preocupado pensando se conseguiria, já homem feito, integrar-me à sociedade. Assim sendo, naquela época, quando via uma pessoa, não havia como não ter a impressão de que ela era mais inteligente e importante que eu. Comparando o que eu era com o que sou actualmente, fico admirado com a enorme diferença que se operou em mim.

O motivo que me levou a escrever sobre o assunto foi o desejo de fazer com que os jovens tímidos, tão frequentes na sociedade, possam ler este texto e inspirar-se.

Colectânea Série Jikan, vol. 5,

30 de Agosto de 1949

Vol. 4

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