O Século XXI – 5ª Parte

Como estava exausto, voltei para casa e fui dormir. Refletindo sobre o que vira nesse dia, concluí que realmente o sonho da humanidade havia sido concretizado. Fiquei bastante emocionado, pois senti que esta era a utopia há tanto tempo idealizada por ela, e meu espírito de pesquisa aguçou de forma incontida, pois eu sentia necessidade de conhecer todos os aspectos da cultura dos novos tempos.

Primeiramente, resolvi pesquisar sem alarde. Acreditando que os leitores também desejam conhecer tudo sobre esse novo mundo, relatarei, pela ordem dos fatos, aquilo que fiquei sabendo.

O caso que se segue se deu no dia seguinte ao passeio.

Um vizinho meu convidou-me para ir a um lugar muito agradável, e eu o acompanhei sem hesitar. Mais ou menos no centro de certa cidade, existia um edifício surpreendentemente suntuoso. Dirigimo-nos para lá. Nele, havia teatro, restaurante, locais de diversão etc.

Eu quis saber que edifício era aquele, e meu amigo disse que era o centro comunitário, acrescentando que todos os bairros tinham um ou dois desses locais. Em seguida, ele contou que uma vez por semana os membros se reuniam para trocar ideias. Naturalmente, avaliavam propostas sobre o plano de expansão da cidade, saneamento, lazer e outros segmentos, objetivando aumentar o bem-estar dos cidadãos.

Primeiramente, nós nos encaminhamos ao restaurante, onde saboreamos pratos deliciosos; a refeição era excelente, muito melhor que as do século anterior, em termos de sabor da comida e aroma das bebidas.

Pelo que meu amigo contou, uma vez por semana havia o Dia da Felicidade, em que os membros se reuniam e passavam momentos aprazíveis, saboreando pratos apetitosos, ouvindo música e assistindo a apresentações teatrais e de dança.

Nessa ocasião, as danças e as músicas eram apresentadas, com muito orgulho, pelas jovens de todas as famílias da cidade, que ensaiavam frequentemente. Artistas profissionais e amadores faziam exibições conjuntas. As verbas para esta e outras atividades eram doadas pelos milionários da cidade em benefício da sociedade.

Nesse novo mundo, era surpreendente a intensidade das viagens. Nos parques nacionais, nas regiões montanhosas, nas praias e em ilhas pitorescas de várias regiões, havia grande número de turistas, provenientes de todos os países.

Consequentemente, por mais afastado que fosse um lugar, o progresso cobria todas as distâncias com trens elétricos, bondinhos aéreos e outras formas de transporte.

As ferrovias e os meios de navegação eram magníficos e luxuosos; os preços, no entanto, eram bem baratos. Chegavam a ser quase de graça. E não era de se admirar, pois tudo isso também se tornava possível graças à contribuição social dos milionários.

Nessa altura, depois de ouvir as explicações durante o intervalo das apresentações, nem preciso dizer o quanto fiquei impressionado

Extraído de “O século XXI, artigo não publicado, escrito em 1948

Luz do Oriente pág. 47


Este Ensinamento, originalmente, contém um preambulo escrito pelo próprio Fundador, cujo teor está transcrito a seguir: “Com frequência, perguntam-me come será o Paraíso Terrestre a que eu sempre me refiro. Quanto a isso, eu pude conhecer como seria a situação do mundo daqui a um século por meio da Revelação Divina de 1926 Muitas vezes, pensei em escrever sobre o assunto, mas sentia que o momento era prematuro e não o fiz até hoje.

Entretanto, nos últimos tempos, senti que chegou a hora de explicar sobre isso e, por essa razão, pus-me a escrever. Deixo para a imaginação do leitor se as previsões do futuro desta revelação divina se tornarão realidade ou não, mas eu tenho a convicção de que elas se realizarão infalivelmente.

Quero colocar que escrevi este artigo como se o leitor tivesse ficado adormecido por cem anos e, ao acordar, se surpreende com a tamanha mudança do mundo. Assim, gostaria que lessem com esse espírito.”

10 Missoshiru e um prato da culinária japonesa, que consiste em uma sopa à base de soja fermentada, servida em uma pequena tigela. Pela forma como Meishu-Sama se expressa aqui, dá a entender que, nesse caso, o missoshiru é consumido como sopa, à mancira ocidental.

“A frase entre parênteses é de Meishu-Sama.

12 Indochina: Meishu-Sama se refere à porção geográfica atualmente conhecida como Sudeste Asiático, que é uma das seis regiões da Ásia e engloba, entre outros países, Laos, Camboja, Filipinas, Tailândia e Vietná.

13 Ginkgo biloba: em japonês, ityo. Árvore de origem chinesa, cujas folhas ficam amareladas no outono. Tem os seguintes nomes populares: nogueira-do-japão e árvore-avenca.

¹4 Plátanos: árvores ornamentais típicas da Ásia.

15 Meishu-Sama escreve que os cursos d’água poderiam ser manipulados da forma que a pessoa desejasse. Acreditamos que, na época do Fundador, a instalação e o manuseio do encanamento eram bastante limitados, o que impossibilitava muitas instalações.

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