O Século XXI – 4ª Parte

Olhando com mais atenção, notei que, no meio da mesa, havia uma abertura mais ou menos do tamanho do prato, que por ali saía automaticamente. Assim, tudo que eu pedia subia logo em seguida. Não havia necessidade de nenhuma explicação; o serviço era muito rápido, muito agradável. Eu tinha ouvido falar que esse método já existia no século XX, mas eu achava inconcebível que estivesse tão aperfeiçoado. Obviamente, as bebidas saíam pela mesma abertura, mas as alcoólicas só eram liberadas até certo limite.
Observando melhor, vi que havia mais um botão. Nele estava escrito: “Conta”. “Ah, então aperta-se esse botão…” Assim fiz. Imediatamente, surgiu a notinha. Coloquei a quantia estipulada, e logo apareceu o recibo. Que felicidade! Fiquei satisfeito e como era cedo, resolvi ir a um teatro.

A quantidade de casas de espetáculos era surpreendente. Qualquer cidade os possuía em toda parte, e, para meu espanto, o ingresso era muito barato. Imaginando que haveria prejuízo, interpelei o gerente.

Ele respondeu que todos os teatros eram administrados por milionários como obras sociais e, assim, nem seria preciso cobrar ingresso. A arquitetura e as instalações eram magníficas, ostentando muita beleza e qualidade.

Não se permitia a entrada de espectadores além da quantidade de assentos, de modo que se podia assistir às apresentações confortavelmente. Quando entrei, estava havendo uma exibição cinematográfica curiosíssima. Exibiram-se dois filmes produzidos por uma companhia nipo-americana – um sobre os Estados Unidos e outro sobre o Japão.

O primeiro era um filme histórico que retratava o período transcorrido desde a época em que os puritanos da Inglaterra chegaram aos Estados Unidos e começaram a desbravar a terra, até a Guerra da Independência. O segundo mostrava um personagem que poderíamos chamar de cientista em religião, o qual revolucionou a medicina e teve uma vida de lutas incessantes, mas solucionou o problema da doença. Ambos os filmes eram muito interessantes. Havia também uma atração à parte, exibida em uma televisão. Parecia uma peça representada em algum teatro.

 

Extraído de “O século XXI, artigo náo publicado, escrito em 1948

Luz do Oriente

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