EXISTEM DIVINDADES? – 2ª PARTE

(…) Essa forma de pensar influenciou até minha visão sobre os países. Cheguei a considerar que a existência de templos era prejudicia ao progresso, porque nações como a Itália, que possui muitas igrejas, estavam em declínio, e aqueles que as tinham em pouco número, achavam-se em franco desenvolvimento, a exemplo dos Estados Unidos.

Nessa época, todos os meses, eu contribuía com uma determinada quantia para o Exército da Salvação e, por esse motivo, era visitado por um pastor que me sugeria o cristianismo. Ele me dizia: “As pessoas que contribuem para o Exército da Salvação geralmente são cristãs. Por que o senhor contribui, se não é cristão?” Então, expliquei: “O Exército da Salvação trabalha para a recuperação de ex-presidiários, transformando-os em pessoas de bem. Se ele não existisse, talvez um desses ex-detentos já tivesse entrado em minha casa para me roubar. Portanto, se o Exército da Salvação está impedindo que isso ocorra, é natural que eu seja agradecido e colabore com suas obras.” Vivi muitas situações semelhantes a esta; porém, na época, apesar de querer fazer o bem, eu não acreditava em divindades. Sendo assim, poderão compreender quão forte era minha convicção de que jamais se devia acreditar naquilo que não se pode ver.

Nesse período, minhas actividades comerciais eram bem-sucedidas, e eu estava no auge da prosperidade. Entretanto, sofri uma grande perda devido a um mau funcionário. Além disso, o destino adverso marcado pelo falecimento de minha primeira esposa, pelos embargos judiciais sofridos em decorrência da falência e por outros infortúnios, arrastou-me para o fundo do abismo. Como resultado, acabei recorrendo ao que todos procuram nessas ocasiões: à religião. Não tive outra saída a não ser ir em busca da salvação no xintoísmo e no budismo, como era de praxe; assim, tive conhecimento da dimensão espiritual como, por exemplo, a existência de Deus, do Mundo Espiritual, da vida após a morte etc. Refletindo sobre minha maneira de ser no passado, arrependi-me da própria tolice.

Após esse despertar, meu conceito sobre a vida deu uma guinada de cento e oitenta graus. Intuí que o ser humano é protegido por Deus e que se ele não reconhecer a existência do espírito, não passará de um ser vazio. Também entendi que, ao pregar a Moral, se não fizermos com que as pessoas reconheçam a existência do espírito, isso não terá nenhum valor. Em razão disso, caros leitores, faço votos de que abram suas mentes para os esclarecimentos que darei sobre os fenómenos espirituais.

5 de Fevereiro de 1947

Alicerce do Paraíso vol. 1

 

 

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