É comum pensar que religião e fé significam a mesma coisa. Na verdade, há muitos aspectos em que uma e outra se diferenciam. O ditado popular japonês: “Até mesmo uma cabeça de sardinha pode ser alvo de crença” é próprio da fé e não da religião. Da mesma forma, a adoração de estranhos ídolos de pedra ou de madeira feitos pelos homens primitivos é fé e não religião.
Por esse motivo, é compreensível que as pessoas cultas da atualidade desprezem a fé em que se adoram ídolos, considerando-a de baixo nível. Por outro lado, isso não quer dizer que basta ser religião, pois há aquelas de nível superior, médio e inferior. Pode parecer estranha a afirmação de que existem níveis entre as religiões, mas é preciso que a religião seja de nível superior para salvar verdadeiramente o ser humano. O facto é que os níveis estão presentes em todas as coisas do Universo, e as religiões não fogem à regra. As de nível superior são dirigidas pelo Supremo Deus. Visto que Ele é poderoso devido à Sua elevada e grandiosa virtude, é natural que a força de salvação dessas religiões também corresponda a isso, e seus milagres sejam notáveis.
É por isso que, em nossa religião, ocorrem milagres como livrar-se de doenças consideradas incuráveis pela medicina, conseguir escapar de desastres iminentes, sair ileso de um incêndio etc. Por conseguinte, devemos saber que, quanto mais relevantes forem as graças recebidas nesta vida, mais evidente é a presença do Supremo Deus nessa religião.
20 de Abril de 1950, Alicerce do Paraíso vol. 2
[1] Título anterior: “Fé e religião”.