Chamo-me Felicidade Ndapandula, tenho 31 anos de idade, sou missionária. Resido no distrito de Walvis Bay, República da Namíbia.
Conheci a Igreja Messiânica Mundial de Angola, em fevereiro de 2011 por intermédio da minha Mãe, na altura frequentadora do Johrei Center do Cunene. Os motivos que me levaram a frequentar a Igreja foram: Doença e pobreza.
Em relação à doença, em 2010 comecei a padecer com dores de cabeça, ouvido, pescoço, braço e perna, tudo isso no lado esquerdo. Sentia-me como se estivesse um fogo a me queimar, isto durante 5 meses.
Para solucionar esses problemas, fiz tratamentos em dois hospitais de renome onde fui submetida a exames que deram negativo. Os médicos aplicaram-me vacinas e receitaram outros remédios para baixar as dores durante 4 meses, mas não melhorei. Gastei 2000 dólares Namibianos.
Um parente encaminhou-me à uma Igreja na Cidade de Windhoek. Chegando lá, uma Senhora levantou-me a mão durante 4 minutos. Em seguida, disse-me que eu estava curada e que podia ir para casa. A partir daí tudo que estava a sentir passou. Voltei para casa, mas, um dia depois tudo piorou. O meu tio vendo-me a sofrer, levou-me a um quimbanda. O mesmo disse que me haviam colocado sujeira na bexiga e na barriga. Para resolver o problema, pediu antecipadamente 4000 dólares Namibianos. Como não tinha esse valor, tive que desistir e ir para Angola. Já no Cunene, a minha Mãe levou-me a um segundo quimbanda na Comuna de Ondjiva, e este massageou-me na barriga e disse que eu tinha um jacaré no local. Depois da massagem, comecei a tremer todo o corpo. Deu-me medicamentos para tomar e disse que só ia tirar o jacaré. Indicou-me uma curandeira para tratar as dores que eu tinha para depois voltar para me tirar o jacaré.
Procurei por ela, e deu início ao tratamento. Pegou num pequeno galho de árvore que era posto numa tijela com água e passava pelo meu corpo. Durante o ritual, foi mostrando-me muitos bichos dizendo que saíam do meu corpo, tais como: Um lacrau grande, mil pés e um monte de formigas. Este tratamento durou 2 dias. Tendo pago 25 mil kz, 3 tábuas de peixe seco, 2 sabonetes e um frasco de vaselina, mas não melhorei.
Voltei para o outro quimbanda para me tirar o jacaré. Ele continuou a fazer as massagens e disse-me que além do jacaré, também tinha cobras na barriga. Alguns dias depois, começou a dizer que a doença ficou muito tempo no corpo. Ausentou-se durante dois dias, trouxe um saco com remédios tradicionais e mandou-me pisoteá-lo várias vezes. Estes tratamentos duraram duas semanas. Como pagamento, pediu-me uma galinha, fuba de massango e um litro de vinho para tirar as cobras. Nesse segundo ritual, esfregou-me a fuba e com a galinha batia-me em todo corpo. Por fim, mandou-me segurar a quimbala de fuba gritando: ‘Saia tudo que está no meu corpo’. Deu-me remédios dizendo para os tomar para limpeza do corpo e disse também que eu estava curada. Ele não me mostrou o jacaré, as cobras e nem melhorei. Apenas continuei a piorar! A tristeza e o desespero tomaram conta de nós. A minha mãe lembrou-se que havia frequentado a Igreja Messiânica e tinha alcançado melhorias com o recebimento do Johrei.
Ela levou-me à casa de um membro próximo da nossa residência, onde recebi Johrei. No dia seguinte, fui encaminhada à Igreja onde fui ouvida pelo plantonista que depois orientou-me as práticas básicas da fé Messiânica.
Ao pôr em práticas as orientações, a purificação acelerou e fiquei confusa, mas os irmãos davam-me coragem. Nove meses depois, melhorei. Para melhor servir à Obra Divina, materializei um donativo especial de gratidão e em 2011 tornei-me membro.
A experiência de fé que passo a compartilhar com os senhores, está relacionada com a preparação do culto anual dos antepassados.
Em abril de 2013 comecei a sentir uma dor na coluna que aos poucos foi se tornando intensa e passei a sentir-me a queimar. Fiz várias consultas, mas os exames não acusaram nada. Isto durou 4 anos. Com base nas orientações dos meus Superiores, materializei um donativo especial do meu salário por duas vezes, fiz distribuição de flores, participei da limpeza das casas e abri hortas caseiras, mas mesmo assim o quadro não mudava. No princípio do mês de outubro, meus patrões viajaram e aproveitei vir para Angola com o objetivo de receber assistência.
Nos dias 7 e 8 de outubro, tive a permissão pela primeira vez de participar da dedicação no Pólo agrícola do Xangongo e da limpeza no cemitério colonial dos prisioneiros. No dia 9 de outubro, depois do Culto dominical no Johrei Center, comecei a chorar sem parar. O Ministro Cristiano e um missionário começaram a ministrar-me Johrei. Não tardou, incorporei o espírito da minha avó materna que começou a dizer: ‘Sou eu a Verónica! Eu é que estou a queimar! Estou no corpo da minha neta há muitos anos. Ela sofreu por causa de mim, mas, ela não entendia. Sofreu, andou em hospitais fez muitos exames, mas não acusava nenhuma doença. O sangue dela está limpo! O sofrimento não é dela, é meu! Comecei a queimar há muito tempo. Encostei no corpo dela simplesmente para ela me salvar pois é a única que pode me salvar na família. Só que, até agora não tinha sido salva!’ O ministro lhe perguntou: ‘Ela fez vários esforços porque é que até agora não foste salva?’. A mesma respondeu: ‘Porque eu só tinha que ser salva lá no rio! Fui lhe dando visões, sinais, mas ela nunca foi, então levei alguém na casa dela e essa pessoa lhe incentivou para participar nessas dedicações. Eu estava a ver a minha neta a se empenhar muito no Pólo. Transportou muita sujeira no cemitério, distribuiu muitas flores lá e foi assim que saí do fogo e hoje vou sair do corpo dela para sempre! A partir de hoje, ela vai ficar bem! “.
Aprendi que todos os sofrimentos que passamos, são na verdade, reflexo dos nossos antepassados.
O meu compromisso é empenhar-me para expandir os ensinamentos de Meishu-Sama na República da Namíbia.
Agradeço a Deus e aos meus antepassados e a todos que me ajudaram a ultrapassar esse sofrimento.
Muito obrigada!