Manifestação de Espíritos de Seres Vivos – 2ª Parte

(…) Se é difícil fazer uma pessoa da actualidade compreender a existência de espírito de quem já morreu, mais difícil ainda é fazê-la compreender a manifestação de espírito de quem ainda está vivo. Todavia, como se trata de uma verdade indiscutível, gostaria que lessem cientes disso.

Ainda poderia citar vários exemplos de manifestação de espíritos de seres vivos, mas penso que esses três são suficientes. Isso ocorre, na maioria das vezes, nas relações amorosas entre homem e mulher. Quanto à depressão daquela moça, qual seria a causa? Era a melancolia do rapaz gerada pelo amor não correspondido que se transmitia por meio do elo espiritual até ela. Dessa forma, a manifestação do espírito de uma pessoa viva se reflete no sonen da outra pessoa. Portanto, se fosse o contrário do caso anterior, ou seja, se os dois se amassem, os elos espirituais de ambos se inter-relacionariam e produziriam uma sensação agradável. É essa sensação que colabora grandemente para que o relacionamento se fortaleça. No caso de encosto de espírito de um desencarnado, sente-se calafrio enquanto que, na manifestação de espírito de pessoa viva, sente-se calor.

Tratando-se de espíritos de pessoas vivas como os dos casos citados, não há grande problema, mas existem os que são terríveis. É o que ocorre entre a esposa e a amante do marido, em triângulos amorosos etc. Quando as duas disputam o homem, os ciúmes de ambas se transformam em entidades espirituais que lutam entre si. Em geral, a esposa sai vencedora, porque é natural o correto vencer; sua obstinação fará com que a amante seja acometida por doença, falecendo ou fugindo com outro homem. Consequentemente, sempre ocorre uma situação em que a amante acaba se distanciando.

Se a manifestação for de espírito de uma pessoa viva, não é tão problemática quanto se for de espírito de kudaguitsune vivo. Kudaguitsune é um animal um pouco menor que um melão, leve e felpudo, de pelos brancos e macios; seu espírito é muito obediente ao ser humano e faz qualquer maldade que lhe ordenem. Desde tempos antigos, existem ascetas do sexo feminino chamadas de iizuna-tsukai, que utilizam esses espíritos. Esses espíritos aceitam os trabalhos que lhes pedem, como, por exemplo, de vingança.

Há, também, manifestação de espírito de raposa viva. Seu corpo habita os oratórios inari[2] ou as matas, e só o seu espírito actua.

25 de agosto de 1949

Alicerce do Paraíso vol. 2

[1] Título anterior: “Incorporação e encosto de espírito encarnado”.

[2] Inari: Vide nota de rodapé 29 no ensinamento “Religiões e milagres”.

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