Fernanda Mucuatapi – CA Cazenga – R Leste – Luanda

Chamo-me Fernanda Tchandangõ Cassova Mucuatapi, sou missionária e dedico como líder terra.

A experiência de fé que passo a relatar, está relacionada com a ministração de Johrei, limpeza e vivência da flor. 

Fiquei muito tempo sem trabalhar, enfrentando muitas dificuldades, mas graças a Deus e a Meishu Sama, consegui um emprego onde comecei a trabalhar na casa de um senhor que tornou-se frequentador; ministrava-lhe Johrei, fazia limpeza e adornava todos os aposentos da sua casa com flores.

Antes de chegar ao local de serviço, primeiro participava do desafio, limpeza da nave e dos banheiros. Um dia, ao sair de casa, quase a chegar à unidade religiosa, recebi um telefonema da Província do Bié, a dizer que minha prima teve um acidente e fracturou o braço; três irmãos meus tornaram-se alcoólatras, não queriam mais estudar e que um deles estava com princípio de loucura. Ouvindo tudo isso, durante a caminhada, comecei a falar com os meus Antepassados. Um jovem que na altura fazia exercícios físicos, vendo-me a falar sozinha, perguntou: Oh moça, estás a falar sozinha, estás a ficar maluca? Respondi-lhe que não, só estava a conversar com os meus Antepassados. Admirado retorquiu! Antepassados? Continuei a caminhar a fim de ir participar do desafio e ele ficou parado a olhar para mim. Mais tarde, decidiu seguir-me sem que eu me apercebesse, até a entrada do portão da nave; ao olhar para atrás, era o jovem; perguntei: me seguiste? Ele respondeu: Não me senti seguro com a tua resposta quando disseste que estavas a conversar com os teus Antepassados, gostaria de aprofundar contigo, porque eu também quero conversar com os meus.

Entretanto, convidei-lhe a entrar para juntos orarmos no altar. Após a oração, ensinei-lhe a fazer limpeza com amor e sentimento de gratidão a Deus junto com os seus Antepassados. Com essa dedicação, sentiu-se aliviado. Terminada a limpeza, sentamos e de seguida ministrei-lhe Johrei. Abriu o seu coração, dizendo que estava a passar por um conflito familiar, onde, em casa, a mãe e as irmãs se acusavam de feiticeiras. A vontade dele, era de afastar-se da família, mas, logo mudou de pensamento e decidiu frequentar a nossa Igreja.

Sempre que eu chegasse ao local de trabalho, sentia a atmosfera pesada. Foi assim que, resolvi realizar uma limpeza profunda em toda a casa. No quarto do chefe, só era feita limpeza superficial, então fiz limpeza debaixo da cama sem lhe dar a conhecer.

Dia seguinte, ao retornar ao trabalho, o chefe estava a minha espera na porta, cumprimentei-lhe e não respondeu, começando logo a dizer; Fernanda, tu tens problema sério comigo! Quem te deu autorização para limpar debaixo da minha cama? Tu estragaste a minha tradição, a minha força estava ali, és muito criança para me fazeres este tipo de teste, já que tu começaste vais ter que terminar com tudo, porque acabaste com a minha vida, sou da tribo Ginga Mbande, os meus bisavós e avôs deixaram uma missão para mim. O que fizeste é imperdoável, nem a minha mulher que vive comigo há bastante tempo nunca fez isso. Para te perdoar, vais ter que me pagar. Antes de saber o que deveria pagar, fiz uma prece a Deus e a Meishu Sama: Meishu Sama, dá-me força, sabedoria e coragem para enfrentar este senhor. Ainda disse: tens três opções: Primeiro, tens que aceitar ser minha mulher; segundo, vais dar um galo e terceiro, um garrafão de vinho; eu respondi: não aceito nenhuma das três.

Naquele momento comecei a orar, a encaminhar todos os seus Antepassados que estavam presos nas tradições e pedi perdão. Por fim ele disse: já que não queres cumprir o que te pedi, estás despedida do emprego! Agradeci do fundo do coração e fui-me embora. Algum tempo depois que deixei de trabalhar, comecei a passar por muitas dificuldades.

Quando vivia com os meus pais, eram contra a igreja, não gostavam da oração, diziam que a igreja que professo é dos feiticeiros e que eu era uma das filhas mais estranhas. Naquela altura, como não sabia agradecer, brigávamos e a situação só piorava cada vez mais; assim, deixei de viver com eles e aluguei a minha casa.

Tempos depois, vim a saber que o meu pai teve uma crise de AVC, não falava, não enxergava e nem podia se alimentar; ia à casa dele prestar assistência religiosa, mas não dormia lá, voltava para minha casa. A família preocupada, resolveu levá-lo a uma clínica. Nessa noite, ele sonhou com alguém que lhe disse: a tua doença não será curada no hospital, ou nas tradições porque ela é como uma ferida que está sendo curada por fora mas permanece dentro. Quando acordou, disse aos familiares que não queria ir ao hospital. Para o efeito, passei a dormir lá ministrando Johrei todas as noites. Os irmãos da igreja, apercebendo-se da situação, apoiavam-me na assistência religiosa, até que começou a recuperar. Neste momento ele está bem já fala, enxerga bem e caminha sem a ajuda de ninguém. Depois da recuperação, fez um donativo de agradecimento. A minha relação com os meus pais, que não aceitavam a Igreja Messiânica, agora está boa, recebem Johrei e orações.

Aprendi que, diante de qualquer situação, não nos devemos desesperar, mas entregar tudo nas mãos de Deus e do Messias Meishu-Sama.

Agradeço a Deus, ao Messias Meishu Sama e aos meus Antepassados, pela permissão de conhecer este maravilhoso caminho da salvação.

Muito obrigada!

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