Francisco Caetano – NJ Balombo- Região Sul – Área Benguela

Chamo-me Francisco António Capamalã Caetano, sou missionário e dedico como responsável de unidade.

Conheci a Igreja Messiânica no dia 08 de Janeiro de 2017 por intermédio da minha irmã.

Os motivos que me levaram a conhecer a igreja, foram doença e dificuldades financeiras.

Depois de uma semana de frequência, a doença que me assolava foi ultrapassada restando o problema financeiro que para ser ultrapassado, dependeria da minha verdadeira entrega a Obra Divina. Fui outorgado no dia 25 de julho de 2018 e passados cinco meses, fui enviado ao município do Balombo, 180 km da sede da província de Benguela, com objectivo de conscientizar os fiéis sobre a purificação que assolava a nossa igreja. Em 2020, um ano depois de começar a dedicar, fui indicado à responsável da mesma unidade.

Confesso que não foi fácil adaptar-me à realidade local, uma vez que na unidade de onde sou proveniente, passávamos algumas horas na unidade e outras visitando casas de fiéis, mas, no Balombo os fiéis dedicavam a maior parte do tempo às suas lavras. Muitas vezes não tinham tempo para fazer marchas de distribuição de flores. Mas passados alguns meses a ser orientado pelo Ministro, comecei a entender que a agricultura é a fonte do sustento de 80% da população do município e assim, comecei a fazer visitas às lavras dos fiéis vendo a felicidade deles por isso.

A seguir, vou relatar experiências relacionadas com o aprofundar na Agricultura Natural.

Em setembro de 2020, por orientação do ministro, comecei as visitar as lavras dos fiéis para poder ficar a par da realidade de cada um e dos seus métodos de cultivo. Graças a Deus, à medida que fui visitando cada lugar e fiquei impressionado pelo facto de todos eles usarem adubo orgânico e obterem boas colheitas com tal método. Com essa iniciativa, começou a nascer em mim o gosto pela prática da Agricultura. Os membros que foram visitados, alegres diziam: “Agora é que temos responsável!”. Diziam isso porque tal coisa não acontecia no passado, chegando a haver quem desencorajasse a prática da Agricultura para os fiéis irem para à igreja, talvez por desconhecimento que isso fosse o sustento deles.

Graças a Deus, com as visitas, os fiéis visitados e outros, começaram a materializar a gratidão com os produtos das suas lavras. Como o meu Sonen de viver no Balombo era muito forte, em meados de 2021 ganhei a permissão de adquirir um terreno de 30/30 num bairro próprio para a prática de cultivo e criação de animais. De acordo com a orientação do Ministro, dividi o terreno com uma parte para a construção da minha residência e outra parte reservei para a horta de casa.

O ministro sempre disse que do meu terreno tinha que nascer um modelo, com casa, horta e galpão animal. Deste modo, a partir daquela data, passei a convidar os fiéis e juntos mexíamos com a terra. Dessas dedicações, resultaram a criação de 150 sulcos de batata doce e outros produtos em pequenas quantidades como: feijão de vários tipos, soja, milho, tomate, folha de abóbora, couves, cebola, quiabo e alho, produtos esses que colhemos parte dos produtos ficando por colher ainda a batata doce com bons sinais de desenvolvimento. Alguns produtos como a soja, o milho, o alho, a cebola e a couve africana não fomos a tempo de colher por termos lançado as cementes faltando um mês do término das chuvas. Realçar que os produtos que fui colhendo, tiveram como destino a minha casa, alguns vizinhos alguns fiéis.

Graças a essa dedicação, obtivemos muitos resultados que passo a realçar os seguintes:

  • Um missionário que sofria com roubos constantes na sua lavra, o que o levava a fazer colheitas antecipadas, depois de começar a materializar a gratidão de produtos que colhia da sua lavra, os roubos pararam.
  • Um membro tinha duas lavras separadas 10 metros uma da outra. Porém, durante muito tempo, cultivava apenas em uma delas porque na outra não podia faze-lo devido à conflitos com um dos vizinhos que alegava a que a lavra era sua. Certo dia, depois de passar a materializar os donativos de gratidão com os produtos extraídos da sua lavra, teve um sonho com alguém que lhe disse para pagar o senhor, caso contrário perderia a sua lavra. Como ele não entendeu, passando alguns dias, voltou a sonhar com um cadáver de um homem grande que se encontrava na lavra onde nunca teve permissão de cultivar; do lado do cadáver estava um espírito em pé olhando para ele muito triste. No dia seguinte contou-me o sonho e orientei-lhe a materializar um donativo de gratidão especial resultante dos produtos de sua lavra. Depois de cumprir com a orientação, Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama, no mesmo dia sonhou que via muita gente a dançar na sua lavra, como se de uma festa se tratasse. Isso colocou fim ao conflito com o vizinho e depois disso, ele decidiu oferecer a referida lavra para à igreja que já estamos a projectar para ser o nosso Pólo agrícola.
  • Uma senhora que a partir de 2017 ano em que conheceu a igreja nunca teve permissão de ser outorgada. Segundo ela, encontrava muitas dificuldades em juntar donativos. Começou a dedicar na horta em minha casa. Em sonho, os antepassados disseram-lhe para vender todas as chapas de zinco que se encontrava numa das suas casas e materializar a outorga algo que nunca esteve no seu pensamento, mas não conseguia realizar há algum tempo. Contou o sucedido e depois foi a orientada a seguir a mensagem dos antepassados. Com cumprimento da orientação, ganhou permissão ser outorgada no dia 12 de Junho 2022.
  • Outra senhora, membro, que tinha muitos problemas de saúde, depois de passar a materializar a gratidão dos produtos extraídos da sua lavra, ganhou mais saúde e tem ajudado com ideias na concretização do modelo que está a ser feito. Ajuda acarretando água a para construção. Como gratidão, esta firme nas dedicações e mais convicta na fé.

O município do Balombo tinha um ar de abandono em comparação com os demais. Em uma das conversas que tive com o ministro, este frisou que quando o modelo começasse a ser feito, os munícipes começariam a fazer os reboques das suas residências e assim o município melhoraria a sua imagem. Achei lógicas aquelas palavras, mas não concordava que um simples modelo de agricultura poderia ser capaz de transformar uma terra como aquela. Mas desde que iniciamos com as obras, muitas transformações estão a ocorrer no Balombo. A requalificação das ruas da Sede Municipal com passeios e asfalto, o Hospital Municipal que ganhou uma ala de nutrição e uma morgue de raiz já mostram o advento de dias melhores para o próprio município. Não para por aí. Recentemente o município ganhou três grupos geradores que beneficiaram todos os bairros, uma vez que num passado recente, só as casas da cidade é que tinham luz eléctrica das 18horas até as 00horas. Também está a ser construída uma escola de saúde com 12 salas de aula. Como o município é banhado por 4 rios, um empresário construiu recentemente uma minicentral eléctrica na aldeia do Chico da Walter e a povoação daquela aldeia ganhou mais energia eléctrica. Este empresário promete expandir o seu projecto para outros rios e desta forma deixar o Balombo ainda mais iluminado.

Aprendi que quando tomamos a firme decisão de cumprirmos a nossa missão, não haverá nada que possa nos impedir.

O meu compromisso é manter esta chama sempre acesa e participar sempre na salvação das comunidades.

Muito obrigado!

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