O Que é a Verdadeira Salvação – Palestra – 5ª Parte

(…) Contudo, seria impossível pessoas tão magníficas terem mentido. Por conseguinte, mais cedo ou mais tarde, era preciso que alguém tornasse tais profecias realidade, e o incumbido foi eu. De fato, é complicado falar sobre um empreendimento de tamanha grandeza. Não me referi, até hoje, ao assunto justamente por ser extremamente delicado falar sobre algo tão ousado. Todavia, a época em que a Era da Noite se transforma em Era do Dia, se aproxima cada vez mais. Por essa razão, para salvar as pessoas, é preciso que o maior número delas tome conhecimento disso, o quanto antes. Assim sendo, hoje é a primeira vez que falo diante de um público tão numeroso.

Isso se assemelha ao episódio do Dilúvio citado há pouco pelo Sr. Suzuki. Havia um homem chamado Noé, que recebeu o seguinte aviso de Deus: “Virá um grande dilúvio em breve que atingirá uma grande parte da humanidade. Salve o máximo de pessoas que puder.” Assim, Noé fez um grande alarde, mas quase ninguém acreditou em suas palavras. Somente sete pessoas as aceitaram como verdadeiras. Somadas a ele, totalizaram oito pessoas que acreditaram. Quando pensou no que fazer, Deus ordenou: “Construa uma arca!” A arca de Noé tinha o formato de uma noz(38). Ela tinha esse formato, pois na hora do dilúvio, animais ferozes e grandes cobras iriam subir no barco. E, para se proteger desse perigo, a arca foi feita assim.

Depois de algum tempo, começou a chover. Há duas versões a respeito: uma diz que choveu durante quarenta dias seguidos; outra, que foram cem dias. Fossem quarenta ou cem, o que interessa é que choveu durante vários dias consecutivos. A água foi subindo cada vez mais até transformar-se em dilúvio. Salvaram-se apenas os que estavam na arca. Aqueles que se encontravam em barcos comuns ou que escalaram as montanhas, acabaram perecendo; estes últimos, devorados pelos animais ferozes. Somente oito pessoas se salvaram, e dizem que os representantes da raça branca são seus descendentes. Em linhas gerais, acredito que essa história não é errada.

No Japão, temos a lenda do deus Izanagui-no-Mikoto e da deusa Izanami-no-Mikoto. Conta-se que, em pé sobre a ponte Ame no Ukibashi(39), os dois deuses abaixaram suas espadas, agitando-as em círculos na superfície da água e, assim, surgiram as terras. Trata-se, certamente, da ocorrência de uma grande enchente.

Já de acordo com o xintoísmo, houve a ação da maré alta e da maré baixa. A maré baixa é o recuo das águas, e Izanami-no-Mikoto encarregou-se disso. O aparecimento das terras deveu-se à maré baixa, fazendo emergir o que estava submerso. Penso que essa ocorrência corresponde à época do Dilúvio.

Segundo o livro do Apocalipse e outros textos, João Batista faria o batismo pela água e Jesus Cristo, o batismo pelo fogo. O batismo pela água já se deu através do Dilúvio. Agora, está para vir o batismo pelo fogo, um extraordinário acontecimento que tem muitos outros sentidos. Entretanto, como o meu tempo já está se esgotando, vou parar por aqui.

Palestra de Meishu-Sama no Hibiya Public Hall,

Tóquio 22 de Maio de 1951

Alicerce do  Paraíso vol. 1

(38) Noz: fruto da espécie Ginkgo biloba.

(39) Ame no Ukibashi: Ponte mitológica que une o Céu e a Terra segundo o Kojiki (coletânea de histórias mitológicas do Japão).

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